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SAÚDE
Funcionários da secretaria e gerentes de unidades vão atender no fim-de-semana para suprir falta de médicos
Jábali põe "administrativos" em postos
da Folha Ribeirão
Funcionários da área administrativa da Secretaria da Saúde de
Ribeirão Preto e das unidades de
saúde foram escalados para suprir
a falta de médicos durante o final
de semana nos postos municipais.
Com a decisão dos médicos da
secretaria de não fazer horas extras, os pacientes poderiam ficar
sem atendimento em algumas unidades, como é o caso da UBDS
(Unidade Básica Distrital de Saúde) do bairro Adelino Simioni.
Na unidade, não havia nenhum
médico escalado para trabalhar e o
final de semana teria que ser
preenchido com horas extras.
De acordo com o auxiliar do Departamento Médico da secretaria,
José João da Silveira, as UBDSs do
Sumarezinho e do Castelo Branco
devem funcionar sem pediatras.
"As distritais da Vila Virgínia, Simioni e Central vão funcionar com
o serviço integral", afirma.
Normalmente, as unidades funcionam com pelo menos dois pediatras e dois clínicos-gerais. As
cinco UBDSs fazem cerca de 2.500
atendimentos por fim-de-semana.
As unidades de saúde têm um
déficit de pelo menos 19 médicos,
segundo a secretaria. Não foram
preenchidas as vagas de profissionais que deixaram suas funções
nos últimos seis meses.
"Como os médicos não aceitam
fazer horas extras, tivemos que arrumar outra solução. Eu mesmo
vou trabalhar no plantão do fim-de-semama", disse Silveira.
Ele afirmou que gerentes de
UBSs (Unidades Básicas de Saúde)
também vão atender pacientes.
"Apesar de não ser nossa função
normal, somos todos médicos e
podemos fazer isso."
Para Marcelo Bigal, diretor do
Sindicato dos Médicos do Nordeste do Estado, a solução encontrada
pela secretaria para evitar falta de
atendimento é boa.
"O sindicato acha ótimo que os
burocratas da secretaria trabalhem
no atendimento de pacientes. Assim, a população não sai prejudicada e eles têm a oportunidade de
conhecer as condições de trabalho
dos médicos", disse.
Os médicos decidiram deixar de
fazer horas extras em assembléia
na última terça-feira porque a prefeitura não paga as que estão em
atraso há dois meses.
No dia 30, a prefeitura também
pagou apenas 70% dos salários de
todos os servidores e deixou de pagar a 1ª parcela do 13º.
Para o diretor do sindicato, a categoria está cumprindo a decisão
de suspender as horas extras.
"Com a atitude tomada, a secretaria reconhece que os médicos
não estão de fato fazendo horas extras. Só nos resta saber por quanto
tempo eles vão atender nos postos
e o que vão fazer na terça-feira,
quando os servidores pararem.
Varrer as ruas?", pergunta.
Na terça, os servidores pretendem fazer um dia de paralisação
em protesto contra o atraso.
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