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INVESTIGAÇÃO
Posse de área desapropriada é suspensa
da Folha Ribeirão
O Tribunal de Justiça suspendeu
a posse de dois terrenos desapropriados pela Prefeitura de Ribeirão
Preto este ano e que foram pagos
pelo RibeirãoShopping.
A decisão foi tomada em audiência realizada anteontem em São
Paulo e o despacho dos três desembargadores será publicado no
"Diário Oficial" do Estado.
A posse do terreno volta para a
antiga proprietária, Hélia Rubia
Giglioli, que entrou com o pedido
de recurso. Em outubro, os desembargadores haviam suspendido
temporariamente a posse.
Nos terrenos, que ficam atrás do
RibeirãoShopping, a prefeitura está completando o prolongamento
da avenida Braz Olaia Acosta.
"Vamos pedir para que a prefeitura reestabeleça o terreno da forma que o encontrou, sem a abertura da rua, além de ressarcir os danos", disse o advogado Fernando
Correa da Silva, 38.
A ação de desapropriação da área
ainda prossegue no Fórum de Ribeirão Preto.
Segundo o secretário municipal
de Governo, Dirceu Chrysostomo,
a desapropriação não foi irregular,
apesar de ter sido paga pelo RibeirãoShopping. "A avenida está prevista no mapa viário da cidade e
não iria beneficiar exclusivamente
o particular", disse.
No dia 2 de setembro, o RibeirãoShopping depositou R$ 76 mil,
em juízo, em nome da proprietária
do terreno. Assim, a prefeitura
conseguiu a posse imediata da área
e deu início às obras.
Em seu primeiro despacho, publicado no "Diário Oficial" de 20
de outubro, o desembargador
Vianna Santos entendeu que o
shopping pagou o valor no lugar
da prefeitura, pretendendo recuperar a quantia. "Assim não há depósito prévio", escreveu.
Especialistas em direito consultados pela Folha e o Cepam (Centro de Estudos e Pesquisa de Administração Municipal) consideraram o depósito ilegal. Somente o
poder público pode desapropriar.
Procurada pela Folha, a direção
do RibeirãoShopping não quis se
manifestar sobre o assunto.
A prefeitura ainda pode recorrer
da decisão do Tribunal de Justiça.
De acordo com Chrysostomo, o
RibeirãoShopping receberia de
volta o dinheiro do depósito. O
acordo teria sido feito por causa da
crise financeira do município.
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