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Captação de água por poços em Ribeirão está no limite
É o que aponta mapeamento feito pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente
Por causa do risco de poluição do lençol freático, haverá mais rigor na liberação de licenciamentos ambientais para indústrias e obras
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A região de Ribeirão Preto, ao
lado da Grande São Paulo, de
São José dos Campos e do oeste
paulista, está na lista de áreas
críticas para a utilização da
água subterrânea, que é retirada por poços. Nesses locais, a
captação da água está próxima
do limite e há risco de poluição
do lençol freático.
O mapeamento inédito das
áreas, feito pela Secretaria de
Estado do Meio Ambiente, serve de base para uma resolução
que será publicada hoje no
"Diário Oficial do Estado."
A resolução determina mais
rigor na liberação de licenças
ambientais para toda indústria
ou empreendimento que deseja se instalar nessas regiões e
utilizar um volume de água de
poço de pelo menos 50 m3 por
hora -o que usa, por exemplo,
uma metalúrgica de médio
porte, como as de Sertãozinho.
A principal intenção da secretaria é conter a perfuração
indiscriminada de poços clandestinos, controlar a retirada
excessiva de água e evitar que
os poços já abertos poluam o
solo e a água. "Essas são áreas
onde há concentração de poços, superutilização e sintomas
de poluição", disse o geólogo
Jerôncio Rocha, assessor da
Coordenadoria de Recursos
Hídricos da secretaria.
Hoje, existem cerca de 40
mil poços em atividade no Estado, mas apenas metade está
regularizada.
Na região, a preocupação
maior é evitar a ocupação nas
áreas de afloramento do Aquífero Guarani, um dos maiores
de água doce do mundo.
Carlos Eduardo Alencastre,
diretor regional do Daee (Departamento de Águas e Energia
Elétrica), disse que a região inteira está em estado crítico
porque tira mais água do que o
aquífero é capaz de repor. "Se
houver essa restrição pelo Estado, você irá garantir mais cuidado com novas perfurações."
Em cada ponto do Estado, há
uma preocupação específica.
Na capital, as indústrias são os
alvos. "Os poços não estão mapeados. A maioria [das indústrias] tem poços próprios, mas
o controle é deficiente, porque
nem todas as empresas notificam o Daee", diz Rocha.
No oeste paulista, a intenção
é proteger o Aquífero Cauiá,
para uso dessa água no futuro.
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