Moradores de Ribeirão Preto e de fora já enchem o tanque a R$ 0,85 o litro e levam tambores de até 50 litros para casa

Venda de galões em loja mais que dobra no mês; ANP alerta para os riscos de explosão quando se estoca o álcool combustível em casa

Edson Silva/Folha Imagem

José Rodrigues mostra galão de 20 litros de álcool e duas garrafas que vai levar para casa, em Minas

JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

O preço do álcool voltou a cair em Ribeirão Preto e já é vendido em postos com bandeira por R$ 0,85. O preço baixo tem levado motoristas a encher galões e estocar o produto, com receio de novos aumentos.
Segundo frentistas ouvidos pela Folha, muitos clientes estão comprando galões de álcool para levar para casa. Além disso, motoristas de fora, de passagem por Ribeirão, aproveitam para encher o tanque e também levar galões extras.
É o caso do agricultor José Carlos Rodrigues, 39, que mora em Pratápolis (MG). Parado em um posto no centro da cidade, ele disse que estava aproveitando para completar o tanque e levar mais 24 litros para casa -divididos em um galão de 20 litros e duas garrafas PET de 2 litros. Segundo ele, na região em que mora, o álcool custa, no mínimo, R$ 1,17.
A "euforia" de aproveitar o preço baixo para fazer estoque é comum, devido à oscilação constante do preço, segundo Osvaldo Manaia, presidente regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo).
Na loja de tambores Bevilacqua, a procura por recipientes para armazenar álcool mais que dobrou nos últimos dias, segundo a empresária Liriane Bevilacqua. Ela disse que a venda de galões avulsos de 20, 25 e 30 litros passou de uma média de 350 para 800 unidades ao mês. Os tambores de 50 litros, por sua vez, passaram de 200 para 327 unidades.
Segundo Bevilacqua, a maior parte dos novos clientes compram os recipientes para guardar álcool. Um deles chegou a comprar 8 tambores de 50 litros para armazenar álcool para sua moto. Outro, de Altinópolis, levou 20 recipientes para abastecer seus carros.
Segundo a ANP, não é irregular que os postos vendam combustível em galões. Porém, a revenda do combustível pelo consumidor pode gerar multa de R$ 50 mil a R$ 200 mil.
Segundo o especialista em regulação da ANP Roberto Saldys, a estocagem do combustível em casa, além dos riscos de explosão, pode causar danos à saúde. Para o titular da DIG José Gonçalves Neto, a estocagem pode até ser crime, se expuser a vida alheia a riscos.


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