Ribeirão Preto, Segunda-feira, 07 de Fevereiro de 2011

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Justiça condena 7 por morte de delegado

Adelson Taroco foi queimado em colchão na cadeia de Jaboticabal durante onda de ataques do PCC em 2006

Acusados tiveram penas que variaram de 16 a 22 anos de prisão; outros dois foram absolvidos do crime de homicídio

Silva Junior - 3.fev.11/Folhapress
Policiais fazem segurança no Fórum de Jaboticabal, durante o julgamento dos presos acusados de matar o delegado

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Após quatro dias de julgamento, a Justiça condenou ontem sete presos pela morte do delegado Adelson Taroco em maio de 2006 na cadeia de Jaboticabal, durante onda de ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital). Outros dois detentos foram condenados por incêndio e danos ao patrimônio público.
Dos sete condenados, quatro cumprirão pena de 22 anos, dois meses e 20 dias, enquanto três deverão ficar presos por 16 anos. A condenação foi por homicídio e incêndio qualificados.
Eles foram acusados de render o delegado, amarrá-lo no colchão e atear fogo. Após 20 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital das Clínicas de Ribeirão, o delegado morreu.
Os outros dois envolvidos foram absolvidos da pena de homicídio, mas condenados pelo incêndio e danos ao patrimônio público -penas de quatro e três anos, respectivamente. Cabe recurso.
A maior pena coube a Messias Silvano Lopes, Élcio Ferreira de Souza, Gaspar de Lima e Renato Oliveira Santos. Otávio Mariano Soares e Júlio César Venâncio tiveram a segunda maior pena.
Todos foram encaminhados ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão. Venâncio, que estava em liberdade condicional, saiu algemado e escoltado.
Os absolvidos do crime de homicídio foram Manoel Alves da Silva e Osmar Aparecido Almeida. O pedido de absolvição foi feito pelo Ministério Público, por falta de provas para condenação.

RECURSOS
O promotor Paulo Henrique de Oliveira Arantes afirmou que vai recorrer da decisão do Tribunal do Júri por considerar as penas por homicídio muito pequenas. Ele esperava condenações de pelo menos 25 anos para cada.
Os advogados de defesa também afirmaram que vão apelar da sentença porque não concordaram com a decisão e as penas aplicadas. O prazo para recurso é de 15 dias, sem efeito suspensivo.
Para o presidente do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo, George Melão, o sentimento de impunidade foi extinto, porém as penas "deixaram a desejar". "O homicídio teve requintes de crueldade e não deu chance de reação."
Segundo Melão, que acompanhou o julgamento, o momento mais chocante foi o depoimento de um ex-policial que ajudou no resgate do delegado. "Ele disse que o doutor Taroco saiu irreconhecível, pedindo ajuda e para não abandoná-lo."
Sete pessoas -cinco mulheres e dois homens- fizeram parte do júri. Na sexta, a pedido da Promotoria, os jurados foram até a cadeia onde Taroco morreu para ver o local do crime. Policiais que acompanharam o julgamento comemoraram a decisão.


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