Ribeirão Preto, Quarta-feira, 07 de Abril de 2010

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Médicos da rede decretam estado de greve

Secretária pediu mais prazo para apresentar proposta de aumento, mas categoria decide suspender horas extras hoje

Presidente de sindicato diz que médicos apanham em postos de saúde de Ribeirão e atendem 800 pessoas por dia devido à dengue


Silva Junior/Folha Imagem
Marco Aurélio de Almeida, presidente dos indica todos médicos em Ribeirão, discursa em assembleia

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Cerca de 650 médicos da rede pública municipal de Ribeirão decretaram ontem estado de greve e decidiram suspender as horas extras nos postos. O movimento é por aumento salarial. Ontem, em uma reunião tensa no Centro Médico, a secretária da Saúde, Carla Palhares, pediu mais prazo para negociar com a prefeita Dárcy Vera (DEM) o pagamento de bonificação diferenciada para a categoria.
Os médicos, que são apoiados pelos dentistas, aguardavam uma definição da prefeitura sobre o aumento para o final de março, mas a prefeitura não apresentou à categoria a proposta que tinha sido discutida com o sindicato dos médicos e pediu mais reuniões.
Segundo Marco Aurélio de Almeida, presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo) em Ribeirão, o risco de greve é iminente. "Os médicos da rede estão apanhando nos postos de saúde, atendem uma média de 800 pessoas por dia na emergência por causa da dengue. Tem médico que não está indo nem almoçar. Mas nós não estamos vendo nenhuma mobilização para mudar isso", disse.
Segundo a Folha apurou, médicos e dentistas tinham como certo que o salário iria dobrar. Para não quebrar a isonomia dos servidores com curso superior, médicos e dentistas iriam receber uma gratificação de R$ 2.100 divididos em duas parcelas (uma imediata e outra em março de 2011). Além disso, em 24 meses, essas gratificações seriam incorporadas.
Ontem, Carla Palhares, passou parte da manhã reunida com a diretoria do Simesp e pediu mais 15 dias para apresentar uma proposta à entidade.
À Folha, ela disse que a prefeitura está fazendo uma "reavaliação" do setor para dar "nova cara à saúde" da cidade.
Se de um lado a secretária está pressionada pelos médicos e dentistas, por outro precisa enfrentar o Sindicato dos Servidores Municipais, que comandou uma greve de dois dias em março. Segundo o presidente da entidade, Wagner de Souza Rodrigues, não está descartada nova paralisação, caso a prefeitura pague gratificação diferente para médicos e dentistas.


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