Ribeirão Preto, Quinta-feira, 07 de Abril de 2011

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Prefeitura admite a fragilidade do tapa-buracos e dobra gastos

Secretário da Administração diz que o serviço atual "não atende à necessidade do município"

Por isso, novo contrato fechado pelo governo prevê custo de R$ 4,8 milhões contra os atuais R$ 2,3 milhões pagos


Edson Silva/Folhapress
Funcionários da nova empresa contratada tapam buraco na av. Caramuru, em Ribeirão

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O próximo contrato para o serviço de tapa-buracos em Ribeirão tem custo estimado pela prefeitura de R$ 4,8 milhões -mais do que o dobro dos R$ 2,3 milhões pagos atualmente pela administração Dárcy Vera (DEM).
A ineficácia do serviço que vem sendo feito desde o ano passado é admitida agora pela própria prefeitura.
"É um serviço [o de R$ 2,3 milhões] que não atende à necessidade do município, principalmente porque a maior parte do trabalho é feita com uma massa fria", afirmou ontem o secretário da Administração, Marco Antonio dos Santos.
Conforme a Folha publicou em março, os trabalhos das equipes do tapa-buracos chega a durar menos de 30 dias. Há ainda a falta de trabalho preventivo, conforme relatou um especialista à reportagem, o que torna as operações um desperdício de dinheiro.
O novo edital será "completamente diferente" do atual, disse o secretário, e seguirá os mesmos moldes da contratação emergencial de R$ 1,75 milhão que a prefeitura fez no final de março e para os próximos três meses.
Somando esse contrato emergencial, de três meses, com o próximo, de 12, a prefeitura vai gastar, em um ano e 90 dias, R$ 6,55 milhões com o serviço.
A diferença, segundo ele, é que haverá uma empresa prestadora do serviço e não duas e mais servidores da Infraestrutura como acontece hoje. A prefeitura será responsável pela fiscalização.
O material exigido pela prefeitura também será diferente e a contratada terá de dar garantia de cinco anos para o serviço. "A partir de agora, só será usada a massa quente", disse.

PÉ NO CHÃO
Para José Leomar Fernandes Júnior, professor da Escola de Engenharia da USP de São Carlos, a massa quente dá resultados melhores porque, entre outras coisas, o preparo elimina a água do composto, melhorando a aderência ao chão.
Só a mudança do material, porém, não garantirá o fim dos buracos pelas ruas de Ribeirão. De acordo com o professor é preciso um trabalho de gerência para identificar se o tapa-buraco é a melhor solução para a via.
"Não adianta jogar massa quente em rua que precisa ser totalmente recapeada."


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