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Para abrir curso de medicina, UFSCar "usou" Santa Casa
Universidade considerou o hospital filantrópico como local para os estágios
Alunos que estão sem aulas, no entanto, dizem que coordenação do curso prometeu que internato seria no Hospital Escola
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Quando pediu autorização ao
Ministério da Educação para
abrir o curso de medicina, a
UFSCar (Universidade Federal
de São Carlos) considerou a
Santa Casa -e não o Hospital
Escola- como primeira opção
para o internato, período em
que alunos dos dois últimos
anos estagiam em hospitais.
A informação contraria, segundo os estudantes, o que foi
dito pela coordenação do curso
desde o primeiro ano da faculdade, em 2006. Entre os alunos, a expectativa era que o estágio fosse feito no segundo
módulo do Hospital Escola,
prometido para abril, mas que
ainda está em construção.
Sem local para o internato,
33 estudantes do quinto ano da
medicina estão sem aulas desde
a última sexta-feira.
"Desde que entramos na faculdade, nunca foi aventada essa possibilidade [de internato
na Santa Casa]. A coordenação
sempre disse que o Hospital
Escola estava sendo construído
para receber a nossa turma",
disse Renan Marangoni, 23.
Segundo Marangoni, a Santa
Casa só foi procurada depois
que a UFSCar percebeu que o
Hospital Escola não ficaria
pronto a tempo. Como consequência, diz ele, os médicos do
hospital não foram capacitados
para receber os alunos.
Para conseguir uma autorização para abrir um curso de
medicina, as instituições de ensino precisam comprovar que
dispõem de locais para as atividades práticas. No caso da
UFSCar, a garantia dada foi o
convênio com a Santa Casa.
O hospital chegou a ser usado
como internato entre março e
abril, com um mês de atraso.
Mas, segundo Edilson Abrantes, diretor clínico da Santa Casa, o convênio foi rompido pela
UFSCar no dia 30. A Folha não
conseguiu ouvir a universidade
sobre a suspensão.
As informações sobre as causas do rompimento não são claras. Em tese, a suspensão aconteceu depois que médicos preceptores do hospital deixaram
de receber os R$ 100 extras
combinados com a universidade pela orientação aos alunos.
A Prefeitura de São Carlos,
responsável pelo pagamento
dos plantonistas, não comenta
sobre a "inadimplência".
Hoje, os estudantes devem
protestar no campus de São
Carlos contra a paralisação das
atividades do quinto ano durante a cerimônia de abertura
das comemorações oficiais dos
40 anos da UFSCar.
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