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Construção impermeável é investigada
Terreno de 60 mil m2 na Maurilio Biagi dará espaço a centro de convenções e estacionamento para 1.200 carros
Para promotor, o fato pode aumentar risco de inundação; construtora afirma que a obra foi aprovada por prefeitura
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
A total impermeabilização
de um terreno de 60 mil m2
para abrigar um prédio de
6.000 m2 e um estacionamento para 1.200 veículos na
avenida Maurilio Biagi virou
alvo de investigação do Ministério Público Estadual.
A área impermeabilizada,
pertencente à construtora
Pereira Alvim, representa o
mesmo que 6,5 campos de futebol iguais ao Maracanã (de
8.250 m2) e dará espaço a um
centro de convenções.
Outros empreendimentos
inaugurados recentemente
na região, que costumam ser
alvos de enchentes, como o
supermercado Savegnago,
também impermeabilizaram
seus terrenos.
Segundo o promotor do
Meio Ambiente Urbano Naul
Felca, a impermeabilização
pode aumentar os riscos de
novas inundações. "Além
dos problemas de enchente,
há outros fatores que devem
ser investigados. Precisamos
saber, por exemplo, se foram
feitos os estudos de impacto
ambiental e de vizinhança,
uma vez que há prédios residenciais no entorno."
Para o promotor do Meio
Ambiente, Marcelo Goulart,
a obra é "chocante", não só
do ponto de vista ambiental
como também o impacto visual que provoca.
"É um absurdo que, numa
época em que se fala tanto da
necessidade de áreas verdes,
uma empresa desse porte faça uma atrocidade dessas.
Quando vi o tamanho do estrago que eles fizeram, confesso que fiquei chocado."
Procurada, a assessoria de
imprensa da construtora Pereira Alvim informou apenas
que a obra foi aprovada pela
Prefeitura de Ribeirão Preto.
O secretário do Planejamento de Ribeirão, Fernando
Piccolo, afirmou que o projeto da obra foi aprovado há
seis anos, antes da aprovação do Plano Diretor que determina as regras para a ocupação de solo.
O engenheiro civil Renato
Higino Rodrigues, responsável pela obra do supermercado Savegnago, afirmou que
foi reservada uma área permeável de 1.750 m2 e ainda
um reservatório com 102 mil
m3 para o reaproveitamento
da água da chuva.
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