Ribeirão Preto, Terça-feira, 07 de Setembro de 2010

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Construção impermeável é investigada

Terreno de 60 mil m2 na Maurilio Biagi dará espaço a centro de convenções e estacionamento para 1.200 carros

Para promotor, o fato pode aumentar risco de inundação; construtora afirma que a obra foi aprovada por prefeitura


HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

A total impermeabilização de um terreno de 60 mil m2 para abrigar um prédio de 6.000 m2 e um estacionamento para 1.200 veículos na avenida Maurilio Biagi virou alvo de investigação do Ministério Público Estadual.
A área impermeabilizada, pertencente à construtora Pereira Alvim, representa o mesmo que 6,5 campos de futebol iguais ao Maracanã (de 8.250 m2) e dará espaço a um centro de convenções.
Outros empreendimentos inaugurados recentemente na região, que costumam ser alvos de enchentes, como o supermercado Savegnago, também impermeabilizaram seus terrenos.
Segundo o promotor do Meio Ambiente Urbano Naul Felca, a impermeabilização pode aumentar os riscos de novas inundações. "Além dos problemas de enchente, há outros fatores que devem ser investigados. Precisamos saber, por exemplo, se foram feitos os estudos de impacto ambiental e de vizinhança, uma vez que há prédios residenciais no entorno."
Para o promotor do Meio Ambiente, Marcelo Goulart, a obra é "chocante", não só do ponto de vista ambiental como também o impacto visual que provoca.
"É um absurdo que, numa época em que se fala tanto da necessidade de áreas verdes, uma empresa desse porte faça uma atrocidade dessas. Quando vi o tamanho do estrago que eles fizeram, confesso que fiquei chocado."
Procurada, a assessoria de imprensa da construtora Pereira Alvim informou apenas que a obra foi aprovada pela Prefeitura de Ribeirão Preto.
O secretário do Planejamento de Ribeirão, Fernando Piccolo, afirmou que o projeto da obra foi aprovado há seis anos, antes da aprovação do Plano Diretor que determina as regras para a ocupação de solo.
O engenheiro civil Renato Higino Rodrigues, responsável pela obra do supermercado Savegnago, afirmou que foi reservada uma área permeável de 1.750 m2 e ainda um reservatório com 102 mil m3 para o reaproveitamento da água da chuva.


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