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Nº de casos de dengue é o maior em 4 anos
Com 34 casos da doença em novembro, Ribeirão caminha para ter em 2010 a maior epidemia de dengue de sua história
Aumento expressivo preocupa a cidade porque novembro é apenas o início do período de concentração dos casos, que vai até abril
Márcia Ribeiro/Folha Imagem
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Adachy Devitro, 23, que contraiu dengue em novembro, com exame que mostra alteração no sangue
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
O número de casos de dengue registrados em Ribeirão
Preto só em novembro foi o
maior dos últimos quatro anos,
o que aponta a possibilidade de
a cidade ter a pior epidemia da
doença em 2010. Só no mês
passado, foram 34 casos.
O aumento expressivo neste
período do ano é preocupante
porque é somente o começo da
época em que são registrados a
maioria dos casos, entre janeiro
e abril. Nos três anos anteriores, quando Ribeirão teve epidemias, o mês de novembro
não havia tido casos de dengue
em números tão elevados. Em
2008 foram três, contra cinco
de 2007 e seis, do ano anterior.
"Nós já estamos começando
uma nova epidemia e a situação
é realmente preocupante", disse a chefe do Controle de Vetores, Cristina O'grady Lima. O
acumulado de casos de 2009
também já supera o total do
ano passado: 1.483, ante 1.058.
O Índice de Breteau, que mede a infestação por larvas do
mosquito Aedes aegypti, é de
2,6 em Ribeirão, enquanto o
aceitável pela Organização
Mundial da Saúde é 1. Esse índice elevado levou Ribeirão a
ser incluída entre os municípios em situação de alerta no
país, pelo Ministério da Saúde.
Lima disse que, para tentar
reduzir a proliferação da dengue, a prefeitura tem atuado
com intensidade no controle de
criadouros dos mosquitos. Porém, a tarefa tem esbarrado na
falta de apoio da população.
No arrastão de 28 de novembro, por exemplo, os agentes de
saúde e voluntários não conseguiram entrar em metade dos
13 mil imóveis visitados. Muitos estavam fechados e em cerca de 200 casas os moradores
impediram os trabalhos.
Além da dificuldade de acesso a muitas casas, a falta de
consciência de moradores, que
mantêm recipientes que acumulam água, é apontada como
outro fator negativo. Lima disse que só neste mês a prefeitura
substituiu mil pratos de vasos
de plantas só na Vila Tibério.
Os pratos foram trocados por
outros que não acumulam
água. "Nós estamos assustados
mesmo com o número de criadouros que estão sendo encontrados", disse.
A dificuldade em conscientizar a população também é
apontada pela diretora técnica
do Grupo de Vigilância Epidemiológica Regional da Secretaria de Estado da Saúde, Josely
Mendonça Pereira Pintya.
"Os principais criadouros
continuam sendo achados dentro das casas, principalmente
nos pratos de plantas." Com o
excesso de chuvas registrado
neste ano, mesmo em períodos
tipicamente mais secos, a situação ficou ainda pior.
Outra preocupação no caso
de Ribeirão é com o agravamento dos casos no próximo
ano. Após sucessivas epidemias, são maiores os riscos de
dengue hemorrágica, principalmente quando há contaminações por diferentes tipos da
doença. Segundo Pintya, a cidade tem a circulação de dengue
tipos 1 e 3. "Por isso, realmente
Ribeirão preocupa."
Do ano 2000 até agora, Ribeirão já teve 16.441 casos da
doença, número que representa quase 3% da população -há
pessoas que tiveram dengue
mais de uma vez. A prefeitura
mantém 265 agentes nas ruas,
um a cada 2.125 habitantes.
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