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Cidade menor tem prefeitura mais inchada
Dos 89 municípios da região de Ribeirão Preto, 71 têm governos com número de funcionários acima da média regional
No ranking que reúne as dez prefeituras mais inchadas na região, estão oito cidades cuja população é menor
que dez mil habitantes
Márcia Ribeiro/Folha Imagem
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Pacientes aguardam atendimento em Dumont, cidade com menor proporção de servidores na saúde
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A necessidade de manter
uma estrutura de funcionamento faz as prefeituras de cidades menores apresentarem
as maiores médias de servidores públicos. Na região de Ribeirão Preto, segundo números
do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), 80% das
prefeituras estão mais "inchadas" do que a média regional.
Segundo o levantamento do
instituto, feito com base nas estruturas administrativas que as
prefeituras tinham em 2008, as
89 cidades da região de Ribeirão empregam cerca de 72 mil
servidores municipais. Com
uma população estimada em
3,23 milhões de pessoas nas 89
cidades, a média é de um funcionário público municipal para cada 44,9 pessoas.
Quando se avalia a situação
das prefeituras isoladamente,
porém, o que se pode constatar
é que, das 89 cidades, 71 têm as
prefeituras mais inchadas do
que a média regional.
A situação é mais evidente
em municípios menores. Das
dez cidades que ocupam o topo
do ranking, só duas -Miguelópolis e Viradouro- têm mais de
dez mil habitantes.
O maior inchaço está em Trabiju, onde há um funcionário
para cada grupo de 9,1 pessoas.
Santa Cruz da Esperança vem
atrás, com um servidor para cada 9,8 pessoas (veja quadro
abaixo). O principal argumento
das prefeituras menores é que a
estrutura mínima para manter
o funcionamento do governo é
quase a mesma, seja em cidades
com 1.000 ou 5.000 habitantes.
"Na área financeira, por
exemplo, nós temos um contador, um auxiliar e um tesoureiro. Essa estrutura é a mínima
necessária nas cidades que têm
até 5.000 [moradores]", disse o
assessor da Prefeitura de Santa
Cruz da Esperança, Vicente
Fernandes Leão, que responde
pelo gabinete do prefeito.
Para o coordenador do curso
de administração pública da
Unesp de Araraquara, Valdemir Pires, o argumento dos municípios menores sobre a necessidade de uma estrutura mínima para funcionamento tem
razão de existir.
Isso ocorre, segundo ele,
principalmente por causa do
caráter político que compete ao
município na estrutura governamental existente no país.
"No Brasil, o município é um
ente federativo, tem atividades
políticas a desenvolver, por isso
exige um número mínimo de
pessoas", disse.
Segundo o especialista, porém, outros critérios influenciam no número de servidores,
como o tamanho do território.
"Pode ter um município muito
pequeno [em habitantes] e com
uma zona rural extensa, que
exige máquinas, equipamentos
e pessoal para manutenção de
estradas, por exemplo", afirmou Pires.
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