Ribeirão Preto, Sexta-feira, 08 de Abril de 2011

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Uma pessoa é atropelada a cada dia em Ribeirão

Dados da Transerp apontam que 355 foram atingidas na cidade em 2010

Total de feridos no trânsito também cresceu; Transerp atribui quadro à má conduta do motorista
Edson Silva/Folhapress
Acidente com camionete e moto entre as ruas Padre Anchieta e Paraíba, na Vila Tibério

JULIANA COISSI
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Praticamente uma pessoa foi atropelada por dia nas ruas de Ribeirão Preto em 2010. Os dados são da Transerp e revelam um crescimento de 26,33% nos atropelamentos em comparação com o ano anterior.
No ano passado, foram 355 pessoas atropeladas. As estatísticas da Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A.) também revelam alta no número de feridos no trânsito e de acidentes.
Além dos atropelamentos, 4.881 pessoas se feriram no trânsito no ano passado, 21,09% a mais do que o total do ano anterior.
Os acidentes com vítimas não-pedestres saltaram de 3.049 para 3.716 e os acidentes sem vítimas, de 12.612 para 13.167. Já o número de mortes caiu de 74 para 70 (veja quadro nesta página).
Em nota, o diretor-superintendente da Transerp, William Latuf, afirmou que as mortes caíram apesar do aumento da frota, que chegou a 415.078 veículos.
Para o superintendente, o crescimento no total de feridos deve-se ao "mau comportamento dos motoristas que são responsáveis, a nível mundial, pela maioria significativa dos acidentes registrados, como também pelo aumento da frota."
A Transerp, ainda de acordo com Latuf, realiza ações de engenharia, fiscalização e educação no trânsito para reverter o quadro.
Para tanto, está elaborando um plano de melhoria na segurança do trânsito de Ribeirão -o documento foi uma exigência do Ministério Público Estadual.

GRAVIDADE
O crescimento no número de feridos no trânsito pode ser constatado pela Unidade de Emergência do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão.
"Não só o número aumentou, mas a gravidade dos casos também", afirmou o médico-assistente da cirurgia do trauma Gerson Alves Pereira Junior. As principais vítimas, diz o médico, são atropelados e motociclistas. Entre os atropelados predominam crianças e idosos.
Coordenador do núcleo de estudos de segurança do trânsito da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos, o professor Coca Ferraz afirmou que a queda das mortes pode não ser real.
"Normalmente só se contabiliza os mortos na hora do acidente, não os que morrem no hospital", disse.
Na opinião de Ferraz, Ribeirão precisa "cuidar melhor do trânsito, cujas vítimas causam sofrimento às famílias." Ele afirmou ainda ser preciso investir na educação no trânsito e na melhoria da fiscalização, com mais radares e agentes.


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