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Região desconhece saúde de 41,6% dos atendidos
As 89 prefeituras acompanham só 58,4% dos 79 mil beneficiários do Bolsa Família
Governos alegam que famílias mudam muito de endereço ou que não vão aos postos de saúde para atualizar seus cadastros
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
As prefeituras da região de
Ribeirão Preto ignoram se
41,6% das famílias atendidas
pelo Bolsa Família cumprem as
contrapartidas exigidas pelo
programa na área da saúde, como vacinação de crianças e pré-natal de gestantes. A média da
região, que acompanha 58,4%
dos beneficiários, é menor do
que a nacional, de 61,2%.
Os dados são do Ministério
da Saúde e referem-se ao primeiro semestre deste ano.
Os números revelam que as
89 prefeituras desconhecem se
33.109 famílias fazem realmente o acompanhamento de saúde
exigido. Na região, há 79.583 famílias com gestantes e crianças
em idade de vacinação atendidas pelo programa.
As prefeituras com baixa cobertura podem deixar de receber do governo federal verbas
para gerenciar o programa.
O relatório baseia-se nos dados repassados pelas prefeituras até o dia 30 de junho, quando venceu o prazo para envio
das informações.
Da região, Ibaté tem a pior
cobertura: a cidade sabe dos dados de apenas 23% das 841 famílias. Em Ribeirão, a prefeitura ignora os dados de 5.175
atendidos -no total, são 9.683.
Na outra ponta, a melhor cobertura é a de Luiz Antônio. A
cidade enviou dados de todas as
suas 189 famílias (veja quadro
nesta página).
Dificuldades
A mudança de endereço e a
equipe insuficiente estão entre
as razões apontadas por algumas prefeituras para a baixa cobertura. Em Ibaté, a coordenadora de atenção básica do Departamento de Saúde, Elaine
Sartorelli, diz que a cidade tinha poucos profissionais para a
coleta de dados, mas um concurso deve repor as vagas.
A nutricionista Maria de
Lourdes Mauad, da Secretaria
da Saúde de Ribeirão, afirmou
que a cidade está bem colocada
entre as de mesmo porte e que
as mães resistem em ir aos postos de saúde.
Para a diretora do Departamento de Atenção Básica do
Ministério da Saúde, Claunara
Mendonça, prefeituras deveriam ir atrás das famílias em
vez de esperá-las.
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