Ribeirão Preto, Quarta-feira, 08 de Julho de 2009

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Região desconhece saúde de 41,6% dos atendidos

As 89 prefeituras acompanham só 58,4% dos 79 mil beneficiários do Bolsa Família

Governos alegam que famílias mudam muito de endereço ou que não vão aos postos de saúde para atualizar seus cadastros

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

As prefeituras da região de Ribeirão Preto ignoram se 41,6% das famílias atendidas pelo Bolsa Família cumprem as contrapartidas exigidas pelo programa na área da saúde, como vacinação de crianças e pré-natal de gestantes. A média da região, que acompanha 58,4% dos beneficiários, é menor do que a nacional, de 61,2%.
Os dados são do Ministério da Saúde e referem-se ao primeiro semestre deste ano.
Os números revelam que as 89 prefeituras desconhecem se 33.109 famílias fazem realmente o acompanhamento de saúde exigido. Na região, há 79.583 famílias com gestantes e crianças em idade de vacinação atendidas pelo programa.
As prefeituras com baixa cobertura podem deixar de receber do governo federal verbas para gerenciar o programa.
O relatório baseia-se nos dados repassados pelas prefeituras até o dia 30 de junho, quando venceu o prazo para envio das informações.
Da região, Ibaté tem a pior cobertura: a cidade sabe dos dados de apenas 23% das 841 famílias. Em Ribeirão, a prefeitura ignora os dados de 5.175 atendidos -no total, são 9.683. Na outra ponta, a melhor cobertura é a de Luiz Antônio. A cidade enviou dados de todas as suas 189 famílias (veja quadro nesta página).

Dificuldades
A mudança de endereço e a equipe insuficiente estão entre as razões apontadas por algumas prefeituras para a baixa cobertura. Em Ibaté, a coordenadora de atenção básica do Departamento de Saúde, Elaine Sartorelli, diz que a cidade tinha poucos profissionais para a coleta de dados, mas um concurso deve repor as vagas.
A nutricionista Maria de Lourdes Mauad, da Secretaria da Saúde de Ribeirão, afirmou que a cidade está bem colocada entre as de mesmo porte e que as mães resistem em ir aos postos de saúde.
Para a diretora do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Claunara Mendonça, prefeituras deveriam ir atrás das famílias em vez de esperá-las.


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