Ribeirão Preto, Sexta-feira, 08 de Outubro de 2010

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Roubo a cliente rende condenação ao BB

Um casal de Araraquara teve R$ 10 mil roubados por assaltantes em ação conhecida como "crime da saidinha"

TJ condenou o banco a restituir valor roubado e ainda pagar uma indenização do mesmo valor por danos morais

Didi Oliveira/Folhapress
Agência bancária em Araraquara, onde a adesão à greve é de 100%; somente os caixas eletrônicos estão funcionando

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Uma decisão do TJ (Tribunal de Justiça) responsabilizou o Banco do Brasil pelo roubo sofrido por um casal de Araraquara na saída de uma agência do BB, após fazer um saque. Cabe recurso.
De acordo com o acórdão registrado ontem pelo TJ, o banco deverá restituir os R$ 10 mil que foram roubados dos clientes Hildo Francisco Gandolfi Filho e Maria Cilene dos Santos Gandolfi e ainda indenizar o casal em mais R$ 10 mil por danos morais decorrentes do assalto.
Segundo a decisão, assinada pelo relator James Siano, em abril de 2007, os dois foram ao Banco do Brasil -a localização da agência não foi informada- para descontar dois cheques que totalizavam R$ 10 mil.
A operação havia sido agendada previamente pelos clientes. O desconto dos cheques foi feito no balcão, mas, na saída do banco, já na rampa de acesso ao estacionamento, eles foram abordados por ladrões armados que levaram o dinheiro.
O aumento de roubos na saída dos bancos, no chamado "crime da saidinha", já levou várias cidades da região a aprovar leis visando dar mais segurança aos clientes (leia nesta página).

NA FILA
No caso dos moradores de Araraquara, as vítimas contaram à Justiça que um dos ladrões estava atrás deles na fila do banco e viu a quantia que foi retirada.
O TJ reconheceu a responsabilidade do banco, principalmente porque o roubo ocorreu ainda na rampa de acesso ao estacionamento, onde, segundo a Justiça, a instituição bancária deveria oferecer segurança. "Impunha-se ao banco o dever de vigilância e proteção na área de risco, tanto do lado interno da agência, como no estacionamento", diz o acórdão.
Os argumentos derrubaram a apelação do Banco do Brasil, na qual a instituição disse que "o zelo pela integridade do cidadão é questão de segurança pública".
O advogado Gustavo Cesar Gandolfi, filho de Hildo e representante legal do casal, disse que eles foram roubados quando deixavam agência do Banco do Brasil em SP.
Corretor de imóveis, Hildo precisou ir até a capital com Maria Cilene para descontar cheques administrativos que, segundo o advogado, só poderiam ser sacados em uma agência específica.
Gustavo disse que, na saída do banco, além de ser roubado, o pai ainda recebeu coronhadas dos ladrões.
Em nota, o Banco do Brasil disse que está analisando a decisão judicial. "Não obstante, esclarecemos que esta instituição financeira respeita e está adequada à legislação vigente relacionada à segurança das agências."


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