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Família é acusada de agredir professores
Mãe e irmãos de aluno de escola estadual de Barretos invadiram escola e bateram em professores com barra de ferro e pau
Aluno de 14 anos, que tem histórico de indisciplina, chamou a mãe, alegando que foi agredido na aula pelo professor de música
Márcia Ribeiro/Folha Imagem
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A supervisora da Diretoria de Ensino, Cleide Perini, mostra processos disciplinares contra o aluno
GEORGE ARAVANIS
ENVIADO ESPECIAL A BARRETOS
Uma mulher e seus dois filhos são acusados de agredir
três professores e um funcionário de uma escola estadual em
Barretos com pedaços de pau e
barras de ferro, dentro da unidade de ensino. O caso aconteceu na tarde de quarta-feira, na
escola Valois Scortecci, no bairro Marília e foi registrado na
polícia.
Acompanhada por uma filha
de 18 anos, a faxineira S.C, 45,
invadiu a escola, onde estuda
um de seus filhos, para confrontar o professor de música,
Adriano Cândido Pereira, 36,
que foi acusado pelo menino de
tê-lo agredido na sala de aula.
Segundo a direção da escola,
o garoto de 14 anos, aluno da 8ª
série, foi advertido por ter
ameaçado jogar uma cadeira no
professor dentro da sala. Só
neste ano, o aluno responde a
16 processos disciplinares na
escola por brigas na classe e por
xingar professores.
"Ele é muito problemático",
afirmou a supervisora da Diretoria Regional de Ensino de
Barretos, Cleide Perini.
Anteontem, foi decidido que
o garoto será expulso e transferido para outra unidade.
A delegada assistente da Seccional de Barretos, Silvana Matias, determinou que sejam ouvidos todos os envolvidos nos
próximos dias para definir se
irá instaurar inquérito.
Dois professores tiveram que
ser atendidos no pronto-socorro. Heloísa Amado Alves, 53,
que cuidava da biblioteca, foi
agredida com um furador de
papel de três quilos e precisou
de cinco pontos na cabeça. Ela
vai ficar de licença médica por
pelo menos 30 dias. Depois, vai
definir se volta à escola.
Pereira ficou com hematomas no corpo e machucou o dedo indicador da mão esquerda.
O outro professor e o funcionário levaram empurrões e socos.
A confusão teve início durante a aula de música. Segundo
Pereira, o garoto fingiu que iria
jogar a cadeira contra ele. "Eu
desviei e o repreendi. Ele veio
pra cima de mim, eu segurei sua
mão para me defender e, quando ele tentou se desvencilhar,
machucou a mão."
O professor disse que não teve qualquer desentendimento
na aula com o aluno antes disso.
Após a briga com o professor, o
garoto foi mandado para a diretoria. "Ele chegou chorando,
berrando pela mãe", afirmou a
diretora, Leda Pedro Farra, 57.
Minutos depois, conta ela, o
garoto saiu correndo. Voltou
com a mãe e a irmã. Logo depois chegou outro irmão de 27
anos que é mototaxista na cidade. "Elas chegaram armadas,
para brigar, com pedaço de pau
na mão. Na hora pensei: "isso
não vai prestar", afirmou o professor agredido.
A família do aluno entrou pelo portão da área administrativa que permanece apenas encostado o dia todo. "Ela já chegou gritando "cadê ele, cadê ele
[o professor]", disse Leda.
As agressões começaram, segundo a diretora, na porta de
sua sala. Os profissionais da escola dizem que a mãe agrediu o
professor com um pedaço de
pau com prego na ponta e depois retirou um pedaço de ferro
da bolsa e usou também.
O irmão mais velho é acusado
de desferir um soco no professor. Heloísa disse que foi atingida quando tentou defender Pereira. "Entrei no meio porque a
conversa não estava adiantando e ela [mãe do garoto] me bateu com um furador de papel",
disse. Segundo eles, as agressões só pararam com a chegada
da Polícia Militar.
Procurada pela Folha, a mãe
não quis dar entrevista. Ela alegou que tinha medo de "sair alguma coisa distorcida". A faxineira disse apenas que "ninguém fala que o menino [o filho
dela] quase quebrou a mão.
Em entrevista à EPTV, o menino disse que bateu com a cadeira sem querer no professor,
que não aceitou suas desculpas
e lhe apertou a mão.
A Secretaria de Estado da
Educação divulgou nota lamentando o que considerou
um crime contra os professores. "A pasta entrou em contato
com as vítimas da violência e se
colocou à disposição, caso haja
necessidade de de auxílio."
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