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Administrações regionais são "esvaziadas"
Unidades que deveriam executar serviços nos bairros atualmente têm autonomia administrativa reduzida
Com poucos servidores, regionais existentes em Bonfim, na Vila Tibério e no Campos Elíseos
têm papel "figurativo"
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
O contador José Carlos
Gonçalves tem um escritório
na mesma rua da Administração Regional da Vila Tibério, mas nunca precisou dos
serviços oferecidos por esse
"braço" da Prefeitura de Ribeirão Preto no bairro.
"Minhas necessidades são
mais na área tributária.
Quando preciso de algum
serviço do governo, uso a internet ou vou direto à prefeitura", afirmou Gonçalves.
Ribeirão tem outras duas
administrações regionais:
Campos Elíseos e Bonfim
Paulista, sendo essa última a
mais antiga de todas.
Atualmente, as três unidades caminham para o esquecimento da população que
precisa de serviços mais
complexos que a poda de árvores, por exemplo.
Criadas para funcionar como braços do governo nos
bairros -uma espécie de
subprefeitura-, as estruturas têm hoje pouca autonomia administrativa e só funcionam como balcões de serviços do Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto) e da Secretaria do
Meio Ambiente.
A administração do distrito de Bonfim é o melhor
exemplo do esgotamento
dessas estruturas que deveriam descentralizar atividades públicas. Na unidade,
com o passar dos anos, o número de servidores que era
de 35 caiu para dez.
"Os funcionários foram se
aposentando ou morrendo",
conta o administrador regional de Bonfim, Milton Teixeira Machado, no cargo há cerca de um ano por indicação
do vice-prefeito Marinho
Sampaio (PMDB).
Com menos servidores,
serviços de rotina antes executados pela regional hoje
são encomendados para a
prefeitura, contrariando a
ideia de descentralização.
"Quando algum morador
pede para limpar uma praça,
a gente chama o pessoal de
Ribeirão", disse Machado. A
tarefa, então, é realizada pela
Leão Ambiental.
A administração de Bonfim também tem uma biblioteca subutilizada -o número
de livros só uma servidora recém-aposentada saberia informar- e um centro de inclusão digital com quatro
computadores sem internet.
PEDIDO
Segundo Machado, foi encaminhado à prefeita Dárcy
Vera (DEM) um pedido para
ampliação do número de
funcionários para "mão de
obra" na rua. "Precisaríamos
de umas 20 pessoas."
No Campos Elíseos, pedidos da população também
são repassados pela regional
à administração central ao
invés de executados.
A agente administrativa
Zélia Junqueira afirma: "A
solicitação de alguém com
mais de 30 anos de prefeitura
[ela própria] pode ser atendida mais rápido."
Uma central de atendimento social existente na
unidade dá "apoio, orientação e encaminhamento a
programas assistenciais",
conforme a página da regional no site da prefeitura.
O administrador regional
da Vila Tibério, Edson Volpini, que é filiado ao DEM e foi
indicado por Dárcy para o
cargo, afirmou que a regional
precisaria de um pouco mais
de espaço para atender o público, mas discorda que o local tenha pouca importância.
"Temos até orientação jurídica para a comunidade",
disse. "Quando eu assumi
em 2009 estava tudo um pouco abandonado, mas estou
reativando serviços."
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