Ribeirão Preto, Segunda-feira, 08 de Novembro de 2010

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Administrações regionais são "esvaziadas"

Unidades que deveriam executar serviços nos bairros atualmente têm autonomia administrativa reduzida

Com poucos servidores, regionais existentes em Bonfim, na Vila Tibério e no Campos Elíseos têm papel "figurativo"

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O contador José Carlos Gonçalves tem um escritório na mesma rua da Administração Regional da Vila Tibério, mas nunca precisou dos serviços oferecidos por esse "braço" da Prefeitura de Ribeirão Preto no bairro.
"Minhas necessidades são mais na área tributária. Quando preciso de algum serviço do governo, uso a internet ou vou direto à prefeitura", afirmou Gonçalves.
Ribeirão tem outras duas administrações regionais: Campos Elíseos e Bonfim Paulista, sendo essa última a mais antiga de todas.
Atualmente, as três unidades caminham para o esquecimento da população que precisa de serviços mais complexos que a poda de árvores, por exemplo.
Criadas para funcionar como braços do governo nos bairros -uma espécie de subprefeitura-, as estruturas têm hoje pouca autonomia administrativa e só funcionam como balcões de serviços do Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto) e da Secretaria do Meio Ambiente.
A administração do distrito de Bonfim é o melhor exemplo do esgotamento dessas estruturas que deveriam descentralizar atividades públicas. Na unidade, com o passar dos anos, o número de servidores que era de 35 caiu para dez.
"Os funcionários foram se aposentando ou morrendo", conta o administrador regional de Bonfim, Milton Teixeira Machado, no cargo há cerca de um ano por indicação do vice-prefeito Marinho Sampaio (PMDB).
Com menos servidores, serviços de rotina antes executados pela regional hoje são encomendados para a prefeitura, contrariando a ideia de descentralização.
"Quando algum morador pede para limpar uma praça, a gente chama o pessoal de Ribeirão", disse Machado. A tarefa, então, é realizada pela Leão Ambiental.
A administração de Bonfim também tem uma biblioteca subutilizada -o número de livros só uma servidora recém-aposentada saberia informar- e um centro de inclusão digital com quatro computadores sem internet.

PEDIDO
Segundo Machado, foi encaminhado à prefeita Dárcy Vera (DEM) um pedido para ampliação do número de funcionários para "mão de obra" na rua. "Precisaríamos de umas 20 pessoas."
No Campos Elíseos, pedidos da população também são repassados pela regional à administração central ao invés de executados.
A agente administrativa Zélia Junqueira afirma: "A solicitação de alguém com mais de 30 anos de prefeitura [ela própria] pode ser atendida mais rápido."
Uma central de atendimento social existente na unidade dá "apoio, orientação e encaminhamento a programas assistenciais", conforme a página da regional no site da prefeitura.
O administrador regional da Vila Tibério, Edson Volpini, que é filiado ao DEM e foi indicado por Dárcy para o cargo, afirmou que a regional precisaria de um pouco mais de espaço para atender o público, mas discorda que o local tenha pouca importância.
"Temos até orientação jurídica para a comunidade", disse. "Quando eu assumi em 2009 estava tudo um pouco abandonado, mas estou reativando serviços."


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