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Cresce nº de motoqueiros e ciclistas feridos
Região de Ribeirão teve 1.090 condutores de motos que se acidentaram neste ano, uma alta de 9,2% ante o ano passado
Falta de prudência, maior exposição a riscos sobre duas rodas e a falta de ciclovias justificam a alta, segundo especialistas
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Mais vulneráveis nas ruas, os
motoqueiros e os ciclistas são
justamente as maiores vítimas
de acidentes de trânsito na região de Ribeirão Preto. O número de condutores de motos e
de bicicletas feridos aumentou
9,8% e 10,3%, respectivamente,
entre janeiro e setembro deste
ano comparado ao mesmo período do ano passado.
Os dados são do Datasus e
envolvem acidentados socorridos para os hospitais da região.
A Lei Seca em vigor no ano passado, a maior exposição a riscos
por parte de motociclistas e a
falta de ciclovias estão entre as
razões do aumento apontadas
por especialistas.
Na avaliação geral, o número
de pessoas que se acidentaram
no trânsito caiu 5,2% na região
-de 2.045 vítimas no ano passado para 1.939 neste ano.
Porém, o total de condutores
de motos e bicicletas que se feriram só cresceu. Só no DRS
(Departamento Regional de
Saúde) de Ribeirão, foram 677
motoqueiros e 100 ciclistas
neste ano -altas de 9,2% e
28,2%, respectivamente. Já de
feridos que dirigiam carros e
camionetes em Ribeirão, o número caiu: foram 118 vítimas
neste ano, ante 155 em 2008.
A maior parte dos atendidos
no HC (Hospital das Clínicas)
de Ribeirão é formada por motociclistas e ciclistas. "Tem aumentado o número. No geral,
tem ocorrido menos acidentes,
mas eles estão mais graves",
disse o médico-assistente da cirurgia do trauma Gerson Alves
Pereira Júnior.
Uma das razões apontadas
por Pereira Júnior é que o trânsito não está preparado para
motos e bicicletas -não há ciclovias, por exemplo. Ele mesmo desistiu há um ano e meio
de andar de bicicleta em Ribeirão. "Tive dois colegas médicos
que foram atropelados".
A queda do número de acidentados pode ter relação com
a maior aplicação durante o
ano passado da chamada Lei
Seca, na opinião do professor
Coca Ferraz, da USP de São
Carlos. Para ele, é necessário
investir em educação no trânsito e em fiscalização.
A Polícia Militar informou
que motociclistas são, em geral,
"jovens e têm característica de
dirigir com falta de prudência".
Outro fator é o aumento da frota nas ruas -hoje, são 346 mil
veículos, sendo 72 mil motos.
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