Ribeirão Preto, Terça-feira, 08 de Dezembro de 2009

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Cresce nº de motoqueiros e ciclistas feridos

Região de Ribeirão teve 1.090 condutores de motos que se acidentaram neste ano, uma alta de 9,2% ante o ano passado

Falta de prudência, maior exposição a riscos sobre duas rodas e a falta de ciclovias justificam a alta, segundo especialistas


JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Mais vulneráveis nas ruas, os motoqueiros e os ciclistas são justamente as maiores vítimas de acidentes de trânsito na região de Ribeirão Preto. O número de condutores de motos e de bicicletas feridos aumentou 9,8% e 10,3%, respectivamente, entre janeiro e setembro deste ano comparado ao mesmo período do ano passado.
Os dados são do Datasus e envolvem acidentados socorridos para os hospitais da região. A Lei Seca em vigor no ano passado, a maior exposição a riscos por parte de motociclistas e a falta de ciclovias estão entre as razões do aumento apontadas por especialistas.
Na avaliação geral, o número de pessoas que se acidentaram no trânsito caiu 5,2% na região -de 2.045 vítimas no ano passado para 1.939 neste ano.
Porém, o total de condutores de motos e bicicletas que se feriram só cresceu. Só no DRS (Departamento Regional de Saúde) de Ribeirão, foram 677 motoqueiros e 100 ciclistas neste ano -altas de 9,2% e 28,2%, respectivamente. Já de feridos que dirigiam carros e camionetes em Ribeirão, o número caiu: foram 118 vítimas neste ano, ante 155 em 2008.
A maior parte dos atendidos no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão é formada por motociclistas e ciclistas. "Tem aumentado o número. No geral, tem ocorrido menos acidentes, mas eles estão mais graves", disse o médico-assistente da cirurgia do trauma Gerson Alves Pereira Júnior.
Uma das razões apontadas por Pereira Júnior é que o trânsito não está preparado para motos e bicicletas -não há ciclovias, por exemplo. Ele mesmo desistiu há um ano e meio de andar de bicicleta em Ribeirão. "Tive dois colegas médicos que foram atropelados".
A queda do número de acidentados pode ter relação com a maior aplicação durante o ano passado da chamada Lei Seca, na opinião do professor Coca Ferraz, da USP de São Carlos. Para ele, é necessário investir em educação no trânsito e em fiscalização.
A Polícia Militar informou que motociclistas são, em geral, "jovens e têm característica de dirigir com falta de prudência". Outro fator é o aumento da frota nas ruas -hoje, são 346 mil veículos, sendo 72 mil motos.


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