Ribeirão Preto, Terça-feira, 08 de Dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ONG deixa administração da semiliberdade em Ribeirão

Entidade alegou divergência de ideias com o Estado, que irá gerir sozinho a casa

A ONG administrava o local desde 2007, quando a unidade foi implantada; não é a primeira vez que há problemas na região


DA FOLHA RIBEIRÃO

A ONG Instituto Plural, que trabalha com crianças e adolescentes de Ribeirão Preto, decidiu rescindir o contrato com a Fundação Casa (antiga Febem) para administrar a semiliberdade no município. Para evitar novo desgaste, o governo do Estado decidiu assumir sozinho a gerência da unidade.
A ONG administrava o local desde 2007, quando a casa foi implantada em Ribeirão. A medida socioeducativa de semiliberdade prevê que o adolescente infrator durma na unidade e, durante o dia, frequente aulas e cursos profissionalizantes fora. O trabalho é administrado pela fundação e por uma ONG.
Desde o último dia 18, apenas o Estado é que administra a semiliberdade. Segundo o coordenador regional da fundação, Roberto Damásio, a ONG argumentou que houve "falta de entendimento e divergência de ideias" -ele não quis detalhar quais seriam.
O contrato se encerraria no dia 20 de janeiro do ano que vem. O presidente da ONG, José Marcos Francisco, evitou dar detalhes das razões que levaram ao fim do contrato.
Francisco disse que houve "um processo natural de desgaste". "Quando assumimos [em 2007], a gente sabia que isso poderia acontecer [de romper o convênio]".
Segundo o coordenador regional da Fundação Casa, o governo estadual optou por manter a gestão plena de forma permanente, e evitar o desgaste de escolher uma nova entidade parceira. "O processo de documentação é muito moroso".
Não é a primeira vez que entidade civil e Estado se desentendem ao administrar a medida de semiliberdade na região.
Em São Carlos, depois de os padres salesianos romperem o convênio que existia havia oito anos, a nova ONG, Cefa, que assumiu em julho, também pediu o rompimento. Os dois argumentaram discordar da filosofia do Estado.
Em Barretos, foi o governo quem não renovou o convênio com o Instituto Cultural João Falcão, por falta de documentação. Na época, a entidade criticou o modelo pedagógico implantado pelo Estado.
Damásio disse que os casos são distintos. Em São Carlos, segundo ele, os padres não quiseram dividir a administração com o Estado. No caso da Cefa, a entidade desistiu por pressão dos moradores.


Texto Anterior: Painel Regional
Próximo Texto: Dois parques ecológicos terão internet de graça
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.