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ONG deixa administração da semiliberdade em Ribeirão
Entidade alegou divergência de ideias com o Estado, que irá gerir sozinho a casa
A ONG administrava o local desde 2007, quando a unidade foi implantada; não é a primeira vez que há problemas na região
DA FOLHA RIBEIRÃO
A ONG Instituto Plural, que
trabalha com crianças e adolescentes de Ribeirão Preto, decidiu rescindir o contrato com a
Fundação Casa (antiga Febem)
para administrar a semiliberdade no município. Para evitar
novo desgaste, o governo do Estado decidiu assumir sozinho a
gerência da unidade.
A ONG administrava o local
desde 2007, quando a casa foi
implantada em Ribeirão. A medida socioeducativa de semiliberdade prevê que o adolescente infrator durma na unidade e,
durante o dia, frequente aulas e
cursos profissionalizantes fora.
O trabalho é administrado pela
fundação e por uma ONG.
Desde o último dia 18, apenas
o Estado é que administra a semiliberdade. Segundo o coordenador regional da fundação,
Roberto Damásio, a ONG argumentou que houve "falta de entendimento e divergência de
ideias" -ele não quis detalhar
quais seriam.
O contrato se encerraria no
dia 20 de janeiro do ano que
vem. O presidente da ONG, José Marcos Francisco, evitou
dar detalhes das razões que levaram ao fim do contrato.
Francisco disse que houve
"um processo natural de desgaste". "Quando assumimos
[em 2007], a gente sabia que isso poderia acontecer [de romper o convênio]".
Segundo o coordenador regional da Fundação Casa, o governo estadual optou por manter a gestão plena de forma permanente, e evitar o desgaste de
escolher uma nova entidade
parceira. "O processo de documentação é muito moroso".
Não é a primeira vez que entidade civil e Estado se desentendem ao administrar a medida de semiliberdade na região.
Em São Carlos, depois de os
padres salesianos romperem o
convênio que existia havia oito
anos, a nova ONG, Cefa, que assumiu em julho, também pediu
o rompimento. Os dois argumentaram discordar da filosofia do Estado.
Em Barretos, foi o governo
quem não renovou o convênio
com o Instituto Cultural João
Falcão, por falta de documentação. Na época, a entidade criticou o modelo pedagógico implantado pelo Estado.
Damásio disse que os casos
são distintos. Em São Carlos,
segundo ele, os padres não quiseram dividir a administração
com o Estado. No caso da Cefa,
a entidade desistiu por pressão
dos moradores.
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