Ribeirão Preto, Sexta-feira, 09 de Janeiro de 2009

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Vereador de Ribeirão gasta R$ 56,40 de cada morador

Folha calcula custo por parlamentar levando em conta Orçamento e população

Jaboticabal tem o maior gasto per capita entre as cidades com R$ 78,50; no outro lado, Franca, com R$ 15,43, tem o menor custo

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Cada morador de Ribeirão Preto despenderá em média cerca de R$ 56,40 neste ano para bancar os vereadores eleitos para este mandato, seus assessores e o restante da estrutura que irão usufruir na Câmara.
O custo-vereador foi calculado pela Folha com base no orçamento do Legislativo neste ano e na população estimada para 2008 pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A Câmara de Ribeirão terá R$ 31,4 milhões para gastar neste ano, segundo o Orçamento 2009, aprovado no final do ano passado. O valor ainda pode mudar.
Na região, entre as dez maiores cidades, Jaboticabal terá o Legislativo mais caro, com custo de R$ 78,50 por morador. Na outra ponta, Franca aparece como a Câmara mais barata: R$ 15,43 por habitante. Em média, os dez maiores municípios têm um custo-vereador de R$ 47,70, bem menor que o de Palmas (TO), o maior valor entre as capitais, onde o custo é de R$ 83,10 por habitante -veja quadro nesta página.
Segundo o vereador Cícero Gomes da Silva (PMDB), presidente da Câmara de Ribeirão Preto, o valor não é alto, levando-se em conta que a cidade é a maior da região e, portanto, teoricamente com mais responsabilidades. "Ainda assim posso dizer que pretendo gastar o mínimo possível e devolver, portanto, o máximo que conseguir. Em 2002, por exemplo, gastei R$ 15 milhões. No ano seguinte, gastaram R$ 18 milhões", disse o vereador, eleito para a presidência da Casa pela oitava vez.
A Folha procurou o secretário da Fazenda, Francisco Pinghera, que disse, via assessoria de imprensa, que não comentaria o repasse para a Câmara para 2009 por não ter tido participação na elaboração.
Em Franca, onde a Câmara é a mais "enxuta" da região, o secretário da Fazenda, Sebastião Ananias, justificou o índice pela gestão do Legislativo. "Eles não têm carro corporativo, não têm cota de combustível, só podem ter um assessor e os gastos com telefone são levados ao público. Por isso, posso dizer que nosso Legislativo é modelo não só para as cidades vizinhas, mas até para a Congresso."
Em Franca, a verba destinada à Câmara no ano passado foi de cerca de R$ 6 milhões. Quase metade foi devolvida ao Executivo, segundo o balancete.
Para a doutora em ciência política, Maria Teresa Kerbauy, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara, o custo-vereador é um índice que pode dar mais nitidez ao eleitor do quanto é investido no Legislativo.
"Quando alguém vê que uma cidade pode ter custo de R$ 15, como Franca, não poderá tolerar sem questionar um valor quatro ou cinco vezes mais alto", disse. "Acho que as Câmaras estão ganhando cada vez mais visibilidade, não só pelo que fazem, mas pelo que gastam ou deixam de fazer."


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