Ribeirão Preto, Domingo, 09 de Outubro de 2011

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Cresce total de acidentes em trechos em obras

Principal motivo é a imprudência dos motoristas, diz concessionária

Anhanguera teve em setembro, com a morte de 5 operários, 11º caso do tipo só neste ano no entorno de Ribeirão

DE RIBEIRÃO PRETO

O caminhão desgovernado que há dezenove dias matou cinco trabalhadores na rodovia Anhanguera em Ribeirão Preto, quando invadiu a área interditada para recapeamento da pista, chamou a atenção para um problema crescente nas estradas: acidentes em trechos com obras.
Em 2009, outro carro desgovernado atingiu dois trabalhadores e matou um deles enquanto aparavam o mato no canteiro central da rodovia, na altura do km 313.
Somando a esta morte as outras cinco do mês passado, já são seis casos fatais nos últimos três anos. Outros acidentes sem vítimas graves se somam às estatísticas e demonstram um cenário de imprudência dos motoristas.
Até agosto deste ano foram dez acidentes em trechos de obras: quatro batidas traseiras, dois engavetamentos, uma batida lateral e outras duas em "elementos externos", como placas e barreiras de concreto na estrada.
No mesmo período do ano passado, foram oito casos registrados pela Autovias, concessionária que administra trechos de rodovias como Anhanguera, Antônio Machado Sant'Anna e Candido Portinari na região.
"A imprudência e o desrespeito dos motoristas à sinalização são as nossas principais preocupações", disse Amilton Teixeira, gerente de operações da Autovias.
A atividade de manutenção da estrada deixa expostos profissionais que fazem o roçado dos canteiros e a limpeza da via, além das obras de recapeamento do asfalto.
"O problema maior é quando há interdição de faixa, porque o motorista não reduz a velocidade", disse Teixeira.

IMPRUDÊNCIA
A rotina de quem precisa atuar nas rodovias inclui enfrentar carros que passam a 100 km/h ao lado dos trechos em obras, quando o indicado é a velocidade de 40 km/h.
"Parece que o motorista não acredita na sinalização", disse Teixeira. Segundo ele, placas, bandeiras e cones fazem parte do protocolo de segurança adotado pela empresa, que segue as normas do Detran (Departamento Nacional de Trânsito) e do Código de Trânsito Brasileiro.
E, a cada acidente, a Autovias analisa as ações que poderiam reduzir os casos.
O reforço na sinalização já é adotado em trechos que são reconhecidos como os mais críticos e perigosos.
O caso do atropelamento envolvendo o caminhão na Anhanguera é um desses trechos. Havia sinalização de obra quatro quilômetros antes da interdição de faixa.
"Os motoristas só respeitariam se colocássemos um carro da polícia a cada trecho de obra, mas isso torna a operação inviável", disse Teixeira.


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