Getúlio José Filho confessou o crime dias depois do homicídio, em 1997, mas nunca chegou a ser preso

DA FOLHA RIBEIRÃO

O empresário Getúlio José Filho vai a júri popular hoje, no Fórum de Ribeirão Preto, acusado do assassinato do médico kuaitiano Muhannad Ali Zakariab Al Ansari, morto em 26 de janeiro de 1997, aos 32 anos, na rua Quintino Bocaiúva, no centro da cidade. José Filho, que trabalhava como taxista na ocasião, se entregou à polícia alguns dias depois do homicídio e nunca ficou preso.
Al Ansari era filho de Ali Zakariab Al Ansari, um ex-embaixador do Kuait no Brasil, e fazia residência médica em radiologia em Ribeirão, na Santa Casa, quando o crime ocorreu.
Na época, uma das hipóteses da polícia era que José Filho tinha cometido crime passional, por envolvimento com uma moça conhecida como Liliane, com quem o médico também tentava uma aproximação.
Segundo Luiz Carlos Bento, advogado do empresário, não houve crime passional, mas legítima defesa. O médico, afirma Bento, tentava sair com uma prostituta que se recusava a fazer o programa. O advogado diz que Al Ansari tentou forçar a moça a aceitar a proposta.
Bento disse que José Filho, ao ver a cena, pediu que o médico "deixasse a moça em paz", mas acabou sendo agredido com socos e atirou contra Al Ansari para se defender.
A Folha não conseguiu ouvir ontem nem anteontem o promotor do caso, Eliseu Berardo. José Filho é acusado de homicídio qualificado. Se condenado, o empresário pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.


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