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Maio chega a 4.000 casos de dengue
Número de novos pacientes em Ribeirão foi metade do detectado em abril, mas 42% maior do que em 2009
Quantidade de casos para maio é incomum, segundo especialista, porque as infestações diminuem no frio
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
Ribeirão alcançou 4.019
novos casos de dengue em
maio, metade do detectado
no mês anterior -7.979 confirmações. Mas o número
ainda é 42% maior do que o
registrado no ano passado,
que teve 1.674 casos.
Desde janeiro, o município
já confirmou 24.830 casos de
dengue. Seis pessoas já morreram vítimas da doença em
Ribeirão neste ano e outros
dois casos são investigados.
O epidemiologista Roberto
Medronho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), disse que, embora o
ritmo de confirmações venha
diminuindo, a quantidade de
casos em maio é incomum.
Segundo dados históricos,
o ano que mais teve casos em
maio -1.222- foi 2006, então
a maior epidemia antes do recorde deste ano. Já em 2009,
apenas 372 pessoas contraíram dengue em maio.
"Com certeza esse é um fenômeno atípico no mês de
maio, principalmente porque o clima foi mais frio e
normalmente as infestações
diminuem nesse período",
disse Medronho.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, o dia 13 de
maio foi o segundo mais frio
do ano, com 6,8C. O recorde
ocorreu na última segunda-feira, quando os termômetros chegaram a 6,6C. Foi a
menor temperatura registrada para maio desde 2007.
"A hipótese mais plausível
é que ainda haja muitos mosquitos infectados pela dengue e por isso as pessoas continuam ficando doente", disse o epidemiologista.
Segundo Medronho, é a fêmea do mosquito transmissor da dengue que pica os humanos para se alimentar de
sangue e transmite a doença.
"Na época de calor, as fêmeas precisam de mais sangue para se reproduzir. Por
isso picam mais e as pessoas
acabam ficando doentes",
disse o especialista.
Quando as temperaturas
caem, o metabolismo das fêmeas fica mais lento. Como
não precisam de tanto sangue para se reproduzir, elas
picam menos pessoas.
Procurados, o secretário
da Saúde, Stenio Miranda, e
a diretora do Departamento
de Vigilância em Saúde, Maria Luiza Santa Maria, não ligaram de volta.
PASQUALE CIPRO NETO
Excepcionalmente, a coluna não
é publicada hoje
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