Ribeirão Preto, Quinta-feira, 10 de Junho de 2010

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Maio chega a 4.000 casos de dengue

Número de novos pacientes em Ribeirão foi metade do detectado em abril, mas 42% maior do que em 2009

Quantidade de casos para maio é incomum, segundo especialista, porque as infestações diminuem no frio


HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

Ribeirão alcançou 4.019 novos casos de dengue em maio, metade do detectado no mês anterior -7.979 confirmações. Mas o número ainda é 42% maior do que o registrado no ano passado, que teve 1.674 casos.
Desde janeiro, o município já confirmou 24.830 casos de dengue. Seis pessoas já morreram vítimas da doença em Ribeirão neste ano e outros dois casos são investigados.
O epidemiologista Roberto Medronho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), disse que, embora o ritmo de confirmações venha diminuindo, a quantidade de casos em maio é incomum.
Segundo dados históricos, o ano que mais teve casos em maio -1.222- foi 2006, então a maior epidemia antes do recorde deste ano. Já em 2009, apenas 372 pessoas contraíram dengue em maio.
"Com certeza esse é um fenômeno atípico no mês de maio, principalmente porque o clima foi mais frio e normalmente as infestações diminuem nesse período", disse Medronho.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, o dia 13 de maio foi o segundo mais frio do ano, com 6,8C. O recorde ocorreu na última segunda-feira, quando os termômetros chegaram a 6,6C. Foi a menor temperatura registrada para maio desde 2007.
"A hipótese mais plausível é que ainda haja muitos mosquitos infectados pela dengue e por isso as pessoas continuam ficando doente", disse o epidemiologista.
Segundo Medronho, é a fêmea do mosquito transmissor da dengue que pica os humanos para se alimentar de sangue e transmite a doença.
"Na época de calor, as fêmeas precisam de mais sangue para se reproduzir. Por isso picam mais e as pessoas acabam ficando doentes", disse o especialista.
Quando as temperaturas caem, o metabolismo das fêmeas fica mais lento. Como não precisam de tanto sangue para se reproduzir, elas picam menos pessoas.
Procurados, o secretário da Saúde, Stenio Miranda, e a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Maria Luiza Santa Maria, não ligaram de volta.


PASQUALE CIPRO NETO
Excepcionalmente, a coluna não é publicada hoje




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