Ribeirão Preto, Terça-feira, 10 de Agosto de 2010

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Estiagem prejudica pesca e acende alerta nas usinas

Reservatório de Marimbondo tem o volume mais baixo desde 2006: 55%

Apesar da seca, órgão responsável por sistema elétrico afirma que, no momento, não há risco de desabastecimento


Edson Silva/Folhapress
Rio Grande, em Guaraci, onde o nível já baixou 4 metros

HÉLIA ARAUJO
ENVIADA A COLÔMBIA E GUARACI

A estiagem dos últimos dois meses já começa a preocupar ribeirinhos que moram às margens do rio Grande, no extremo norte do Estado de São Paulo. A falta de chuvas também acende um alerta para as usinas hidrelétricas da região.
Os níveis dos quatro reservatórios da região, que respondem por cerca de 30% do fornecimento de energia elétrica do Sudeste e Centro-Oeste do país, ainda estão dentro do esperado. Se a seca continuar nos próximos meses, porém, pode haver problemas de abastecimento.
A Folha esteve ontem na Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia. Segundo a empresa Furnas, que administra o local, o reservatório está com 61,5% de sua capacidade.
Na Usina de Marimbondo, o volume total do reservatório está em 55,6%. É o menor índice desde 2006, quando o nível chegou a 35,4% nesse período.
De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), os reservatórios das outras duas usinas de região, Água Vermelha e Mascarenhas de Moraes, estão com 68,9% e 78,7%, respectivamente, de sua capacidade.
Ainda segundo o ONS, a região está no período de seca, mas não há riscos de falhas no abastecimento elétrico nesse momento.

PESCA
No município de Guaraci, próximo a Barretos, a estiagem já afetou o trabalho dos moradores que sobrevivem da pesca. Gleverton Andrade de Lacerda, 32, afirma que neste ano a seca chegou antes e com maior intensidade.
"Em novembro do ano passado, a área seca do rio Grande não era nem a metade da situação de hoje. Se isso continuar, não sei como vou fazer para trabalhar."
A situação é semelhante no município de Colômbia, divisa com Minas Gerais, onde a falta de chuva baixou o nível do rio Grande em cerca de quatro metros. Para o pescador José Cláudio Silva, 31, a situação pode se agravar.
"Ainda estamos em agosto e já estou com dificuldades para navegar em alguns trechos do rio Grande. Se isso continuar até novembro, mês que costuma ser o mais seco do ano, vamos ter muitos problemas."
De 1º de junho até ontem, choveu apenas 11,8 milímetros na área dos reservatórios da região. Segundo Marcelo Schneider, meteorologista do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), não há previsão de chuva nos próximos dez dias.


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