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Plantas da Antarctica vão ser avaliadas
Secretaria da Cultura de Ribeirão quer saber quão urgente é a necessidade de higienizar e restaurar os documentos
Adriana Silva considera
"um achado" a descoberta das plantas do início do século, revelada com exclusividade pela Folha
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Secretaria da Cultura de
Ribeirão Preto pediu uma avaliação técnica sobre o estado de
conservação e as características dos documentos históricos
encontrados na fábrica desativada da antiga cervejaria Antarctica, no bairro Vila Tibério.
A descoberta de plantas arquitetônicas do início do século
20 na fábrica, incluindo a de
um teatro em estilo eclético
possivelmente nunca construído, foi revelada na edição da
Folha de anteontem.
O objetivo da avaliação, segundo a titular da pasta, Adriana Silva, é saber o quão urgente
é a necessidade de higienizar e
restaurar os documentos, que
estão sob a guarda do arquiteto
Cláudio Bauso e serão entregues ao Arquivo Público e Histórico de Ribeirão.
A secretária disse que a descoberta é "um achado". Por
causa disso, afirma Adriana, a
restauração e conservação dos
documentos será priorizada.
"Se não tivermos recurso, vamos ter que buscá-lo fora [de
Ribeirão]", disse.
Ontem à tarde, foi convocada
uma reunião para tratar do assunto. Por enquanto, segundo a
secretária, o material, que inclui cerca de mil desenhos, entre plantas arquitetônicas, de
engenharia, projetos de hidráulica e elétrica, além de desenhos técnicos de máquinas
da antiga fábrica, continuará
no prédio da antiga Antarctica,
até ser transferido para um local adequado.
O material ainda não foi estudado nem quantificado. Não
se sabe, também, quanto deverá ser gasto na recuperação, digitalização e guarda dos desenhos. Bauso, que é membro do
Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural
do Município de Ribeirão Preto) estima que sejam necessários cerca de R$ 40 mil.
A Folha contatou ontem a
assessoria de imprensa da Antarctica para tentar esclarecer
a origem das plantas, mas não
conseguiu encontrar nenhum
representante que pudesse falar sobre o assunto.
O porta-voz do grupo que
comprou o prédio da cervejaria, o publicitário Itamar Suave, também foi procurado, mas
não telefonou de volta.
Transferência
Até 2011, o Arquivo Público e
Histórico de Ribeirão Preto deve ser transferir para um dos
galpões da Cianê, antiga tecelagem que pertenceu à família
Matarazzo. Ao menos é o que
prevê o plano de ações da Secretaria da Cultura para os próximos três anos, divulgado no
site oficial da pasta.
A ideia, além de transferir os
documentos históricos de lugar
-hoje eles estão em uma casa
superlotada e inadequada no
bairro Jardim Paulista -, é tornar o Arquivo Público e Histórico uma divisão da secretaria,
para que o local de preservação
da memória e de pesquisa tenha
dotação orçamentária própria.
Na Cianê, também vão funcionar o MIS (Museu de Imagem e Som) e a Fundação Instituto do Livro.
Segundo a secretária, a obra
de reforma e restauração deverá custar R$ 15 milhões, que a
pasta tenta obter com o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social).
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