Ribeirão Preto, Terça-feira, 10 de Novembro de 2009

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Plantas da Antarctica vão ser avaliadas

Secretaria da Cultura de Ribeirão quer saber quão urgente é a necessidade de higienizar e restaurar os documentos

Adriana Silva considera "um achado" a descoberta das plantas do início do século, revelada com exclusividade pela Folha


VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Secretaria da Cultura de Ribeirão Preto pediu uma avaliação técnica sobre o estado de conservação e as características dos documentos históricos encontrados na fábrica desativada da antiga cervejaria Antarctica, no bairro Vila Tibério.
A descoberta de plantas arquitetônicas do início do século 20 na fábrica, incluindo a de um teatro em estilo eclético possivelmente nunca construído, foi revelada na edição da Folha de anteontem.
O objetivo da avaliação, segundo a titular da pasta, Adriana Silva, é saber o quão urgente é a necessidade de higienizar e restaurar os documentos, que estão sob a guarda do arquiteto Cláudio Bauso e serão entregues ao Arquivo Público e Histórico de Ribeirão.
A secretária disse que a descoberta é "um achado". Por causa disso, afirma Adriana, a restauração e conservação dos documentos será priorizada. "Se não tivermos recurso, vamos ter que buscá-lo fora [de Ribeirão]", disse.
Ontem à tarde, foi convocada uma reunião para tratar do assunto. Por enquanto, segundo a secretária, o material, que inclui cerca de mil desenhos, entre plantas arquitetônicas, de engenharia, projetos de hidráulica e elétrica, além de desenhos técnicos de máquinas da antiga fábrica, continuará no prédio da antiga Antarctica, até ser transferido para um local adequado.
O material ainda não foi estudado nem quantificado. Não se sabe, também, quanto deverá ser gasto na recuperação, digitalização e guarda dos desenhos. Bauso, que é membro do Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto) estima que sejam necessários cerca de R$ 40 mil.
A Folha contatou ontem a assessoria de imprensa da Antarctica para tentar esclarecer a origem das plantas, mas não conseguiu encontrar nenhum representante que pudesse falar sobre o assunto.
O porta-voz do grupo que comprou o prédio da cervejaria, o publicitário Itamar Suave, também foi procurado, mas não telefonou de volta.

Transferência
Até 2011, o Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto deve ser transferir para um dos galpões da Cianê, antiga tecelagem que pertenceu à família Matarazzo. Ao menos é o que prevê o plano de ações da Secretaria da Cultura para os próximos três anos, divulgado no site oficial da pasta.
A ideia, além de transferir os documentos históricos de lugar -hoje eles estão em uma casa superlotada e inadequada no bairro Jardim Paulista -, é tornar o Arquivo Público e Histórico uma divisão da secretaria, para que o local de preservação da memória e de pesquisa tenha dotação orçamentária própria.
Na Cianê, também vão funcionar o MIS (Museu de Imagem e Som) e a Fundação Instituto do Livro.
Segundo a secretária, a obra de reforma e restauração deverá custar R$ 15 milhões, que a pasta tenta obter com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social).


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