Ribeirão Preto, Quinta-feira, 10 de Novembro de 2011

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Parque receberá evento natalino, apesar da presença de carrapatos

Projeto para realizar evento popular da prefeitura no local foi autorizado anteontem pela Câmara

Especialistas criticam liberação do Maurilio Biagi, devido ao risco de transmissão da doença febre maculosa

Edson Silva/Folhapress
O coordenador de pesquisa de controle do carrapato estrela Carlos Alberto Perez durante inspeção no campus da USP

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

A Câmara de Ribeirão aprovou na sessão de anteontem o projeto enviado pelo Executivo que prevê a realização de parte da programação de Natal da prefeitura -com shows e atividades infantis- no parque Maurilio Biagi.
A realização dos eventos não leva em conta que o parque viveu recentemente uma infestação de carrapatos-estrela -principal vetor da febre maculosa, doença que pode levar à morte. Por isso, o Maurilio Biagi fecha todas as segundas-feiras. Parte do parque continua interditada para que a prefeitura resolva o problema.
Apesar de a prefeitura dizer que o problema no local está controlado, especialistas afirmam que a realização do evento no parque cria riscos devido à presença dos ácaros.
O projeto que cria o Natal no Parque foi enviado pela prefeita Dárcy Vera (PSD) à Câmara. O evento terá parte do custo bancado pela Iguatemi Empresa de Shopping Centers S.A, grupo que vai inaugurar uma unidade em Ribeirão em 2013. Segundo a secretária de Cultura, Adriana Silva, a programação está sendo fechada, mas haverá também iluminação temática e uma árvore decorada de 15 metros.
Para a prefeitura, foram tomadas todas as medidas para controlar a infestação, como cercas ao longo do córrego Laureano para impedir a entrada de capivaras, hospedeiras dos carrapatos, e corte e queima da vegetação.

'TEMERÁRIO'
Apesar dos cuidados da prefeitura, especialistas alertam para os riscos. "É absolutamente temerário liberar um espaço como o parque e fazer uma reunião com tanta gente", disse Carlos Alberto Perez, coordenador de pesquisa de controle do carrapato-estrela da Esalq/USP de Piracicaba.
Segundo Perez, limitar o acesso das capivaras não exclui o risco de que outros animais levem os carrapatos para as demais áreas do parque.
O pesquisador em doenças transmissíveis por carrapatos na UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) Richard Pacheco disse que o carrapato sobrevive sem alimentação. "Mesmo que haja a poda da vegetação e se eliminem as capivaras, eles [ácaros] podem permanecer por até um ano no local", disse.
O controle no parque Maurilio Biagi começou a ser feito em agosto, conforme a Folha divulgou na época. Além do parque Maurilio Biagi, a USP de Ribeirão também enfrenta a infestação dos parasitas externos. Ontem, Perez vistoriou o campus, que está interditado devido à infestação de carrapatos.

Colaborou ANA SOUSA


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