Ribeirão Preto, Domingo, 11 de Junho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2000
Tempo na TV e desinteresse em ter candidato próprio fazem da legenda alvo de briga entre PTB e PFL
Partidos disputam o apoio do PMDB


EVANDRO SPINELLI
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

O PMDB pode ser a chave para a definição do quadro eleitoral de Ribeirão Preto. PFL e PTB lutam pelo apoio do partido, que indicaria o candidato a vice-prefeito.
As lideranças peemedebistas não confirmam o nome do possível candidato a vice, mas dão dicas. Seria um dos vereadores do partido: Baleia Rossi, presidente do PMDB, ou Silvio Martins.
O que faz do PMDB a "noiva" desse momento decisivo do quadro eleitoral é o virtual rompimento com a frente de apoio à candidatura do deputado federal Antônio Palocci Filho (leia texto nesta página) e o terceiro maior tempo de televisão entre todos os partidos (leia texto nesta página).
Fora da corrida pelo Palácio do Rio Branco -a prioridade do partido é a eleição de quatro vereadores para a Câmara-, o PMDB torna-se o aliado ideal.
Anteontem, Baleia e seu pai, o ex-deputado Wagner Rossi, se reuniram com os líderes locais do PFL Wilson Toni e Valdemar Corauci Sobrinho.
Os peemedebistas conversariam ainda neste final de semana com Welson Gasparini, virtual candidato do PTB a prefeito, e seu filho, o vereador Welson Gasparini Júnior.
Baleia desconversa. "Estamos falando com todo mundo. São conversas apenas para estreitar relações", disse o vereador.
Não é bem assim. Na última terça, Gasparini havia retirado sua pré-candidatura a prefeito para apoiar seu afilhado político Luiz Roberto Jábali (PSDB), na tentativa de reeleição desse. Mas agora o petebista ameaça voltar atrás se tiver recursos.
Gasparini afirmou à Folha que tem vontade de disputar e que o único impedimento é a falta de dinheiro. Ele é o segundo colocado na última pesquisa do Datafolha, feita em maio, com índices entre 15% e 17%. Jábali oscila entre 3% e 4% nos quatro cenários.
O radialista Wilson Toni, o terceiro colocado na mesma pesquisa, oscilando entre 10% e 13%, nega sua candidatura, mas trabalha nos bastidores para viabilizá-la.
O apoio do PMDB, além de garantir tempo na TV, que é moeda em alta na economia das eleições municipais, poderia atrair muitos recursos, avaliam os negociadores dos partidos.
Wagner Rossi é presidente da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) e pode se tornar deputado federal em janeiro. Ele é primeiro suplente e o PMDB tem pelo menos três deputados eleitos pelo partido no Estado que são candidatos a prefeito em suas cidades e têm chances reais de vitória.
A Folha apurou que, caso consiga o apoio do PMDB, Toni deve aceitar a candidatura. A coligação teria praticamente metade do tempo de televisão e a possibilidade de angariar recursos financeiros seria bem maior.
Gasparini avalia da mesma forma: seriam mais recursos e 300% a mais de tempo na TV.
Hoje, o PFL se reúne para tentar definir o candidato do partido. Além de Toni, cogitam-se as candidaturas dos vereadores Coraucci Netto e Dárcy Vera. Amanhã é a vez do PTB se reunir.
As definições certamente acontecem nos próximos dias, mas dificilmente as candidaturas vão ser divulgadas.
Os candidatos a prefeito pretendem evitar o vexame de anunciá-las e depois ter de retirá-las, caso não consigam financiamento junto aos colaboradores.
O certo é que, assim que o PMDB bater o martelo sobre o apoio, o quadro eleitoral de Ribeirão pode estar definido.


Texto Anterior: Com 2.500 habitantes, cidade não tem homicídio há nove anos
Próximo Texto: PMDB rompe com frente de apoio a Palocci
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.