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Leis municipais tentam "enquadrar" bancos
Ribeirão e Franca aprovam projetos para coibir "crime da saidinha"; Febraban rejeita
DE RIBEIRÃO PRETO
A Câmara de Franca aprovou ontem projeto de lei que
determina que as agências
bancárias da cidade instalem
biombos entre os seus caixas
eletrônicos.
A proposta é semelhante à
aprovada pelos vereadores
de Ribeirão em março deste
ano, que deveria entrar em
vigor na próxima sexta-feira,
mas ainda aguarda regulamentação da prefeita Dárcy
Vera (DEM).
A essas novas legislações
se somam outras na região
que tentam regulamentar o
funcionamento das agências, tentativas sempre questionada pelos bancos, que
alegam obedecer somente
leis federais e diretrizes aprovadas pelo Banco Central.
De acordo com o autor da
lei aprovada em Ribeirão,
Léo Oliveira (PMDB), os
biombos nos caixas visam
dar privacidade e segurança
às operações feitas pelos
clientes. O colega francano
Silas Cuba (PT) diz o mesmo.
"O objetivo primordial
dessa proposta é coibir a
ação de ladrões que praticam
o chamado "crime da saidinha", em que o delinquente
fica no local de atendimento
observando quem está retirando dinheiro nos caixas",
afirma Cuba.
Não é a primeira vez que os
vereadores de Franca tentam
"enquadrar os bancos". No
mês passado, eles aprovaram projeto que proíbe o uso
de telefone celular dentro
dos bancos.
A justificativa também é
proteger os clientes de roubos fora das agências, feitos
a partir de informações repassados por pessoas que ficam dentro dos bancos.
O prazo para as agências
francanas se adaptarem vence em setembro.
A proibição ao uso de celulares em banco também é
discutida em São Carlos, onde um projeto de lei já foi
apresentado -o tema está
sendo debatido na página da
internet da Câmara.
De acordo com o diretor setorial de Segurança Bancária
da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Pedro Oscar Viotto, esse tipo de lei
municipal é de difícil cumprimento para os bancos, que
possuem redes de agências
espalhadas por todo o país e
adotam procedimentos de
segurança padronizados para todas elas.
O mesmo padrão não é seguido pelos vereadores, que
fazem exigências diferentes
para tamanhos de biombos,
posição de câmeras, procedimentos para abordar pessoas
falando ao celular e penalidades, diz Viotto.
Outro problema, segundo
o diretor da Febraban, é que
as iniciativas para formular
projetos partem de observações de situações de insegurança e não de estudos técnicos que comprovem o risco.
Para casos como o de Ribeirão e Franca, a Febraban
vem ingressando com ações
na Justiça, alegando que cabe ao governo federal legislar
sobre esses assuntos. Não há
ainda ações contra as leis das
duas cidades da região.
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