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Em dois atos, Gasparini dá ajuda a setor imobiliário
Ele pôs fim a exigência de certificado ambiental e trocou taxas por obras
Para especialista em planejamento urbano, medidas expõem servidor a pressão de empresários da construção civil
DA FOLHA RIBEIRÃO
Em dois atos, o prefeito de
Ribeirão Preto, Welson Gasparini (PSDB), tornou mais fácil a
atividade de empresas da construção civil na semana passada
ao aceitar a troca de taxas por
benfeitorias e o fim da exigência de certidão ambiental
Na quinta-feira, Gasparini
aprovou um projeto de sua autoria na Câmara que isenta de
taxas os empreendedores que,
em troca, derem ao poder público equipamentos sociais como escolas e postos de saúde.
Além disso, desde sexta-feira, a prefeitura deixou de exigir
de empreendimentos na área
urbana ou de expansão urbana
a apresentação da certidão de
regularidade florestal, que era
analisada pelo DEPRN (Departamento Estadual de Proteção
de Recursos Naturais).
Segundo o diretor do Departamento de Obras Públicas da
prefeitura, Clodoaldo Almeida,
a isenção das taxas existia até
antes de 2007, quando a Lei de
Uso do Solo foi promulgada. "A
avaliação do valor dos equipamentos será feita a partir de um
valor proporcional ao que ele
pagaria à prefeitura em taxas."
De acordo com o presidente
do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil)
em Ribeirão, José Batista Ferreira, para empreendimentos
com área de 10 mil metros quadrados, por exemplo, o valor
das taxas chegam a R$ 300 mil.
Na avaliação da arquiteta e
urbanista Vera Lúcia Blat Migliorini, doutora em planejamento urbano, o projeto tem
falhas que deixam o poder público suscetível à pressão dos
empresários. "Não fica claro
como será feita essa avaliação,
o que deixa exclusivamente na
mão de técnicos das secretarias, que são pessoas normais e
suscetíveis a pressões, esse julgamento. Se o processo cair na
mão de gente de bem, tudo certo, mas se não cair...", disse.
Nos dois casos, a prefeitura
alega necessidade de desburocratizar os processos. Segundo
o diretor do Departamento de
Gestão Ambiental, Gilberto Pinhata, as leis ambientais do
município já dão conta de proteger as áreas verdes.
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