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Pai dobra recompensa por filho sumido
Engenheiro da Petrobras oferece R$ 60 mil por informações sobre paradeiro de garoto de 4 anos que sumiu em junho
Polícia passou investigação do caso a um outro delegado, mas não revelou ontem os motivos que a levaram à mudança
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O pai do menino Lucas Pereira, 4, o engenheiro da Petrobras
Antônio Carlos Ratto, 57, elevou ontem de R$ 30 mil para
R$ 60 mil o valor da recompensa oferecida para quem der informações à polícia sobre o paradeiro do garoto, desaparecido desde 21 de junho do ano
passado, em São Carlos.
"A esperança é que as pessoas voltem a falar nesse assunto, a imprensa volte a falar do
caso. Não tenho interesse em
culpar quem esteja com o garoto, meu único objetivo é encontrar meu filho", disse Ratto.
Desde anteontem, o comando das investigações sobre o desaparecimento da criança foi
trocado e está agora com o novo
delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais),
Geraldo de Souza Filho, que
substitui Gilberto de Aquino,
agora titular do 1º DP (Distrito
Policial).
Nem Souza Filho nem a Secretaria de Estado da Segurança Pública comentam as razões
da mudança.
O número de investigadores
da DIG também aumentou de
seis para 11 pessoas, o que, segundo o delegado titular, não
está diretamente relacionado
ao "caso Lucas", mas deve contribuir nas investigações.
Segundo Souza Filho, o caso
é complexo e vai exigir o apoio
de investigadores de outras cidades ou até mesmo Estados.
"Envolve muita gente, de várias
regiões. Resta pouca coisa a ser
feita por aqui."
O delegado não quis dar informações sobre quais são as linhas de investigação adotadas
pela polícia, mas afirma que
existem três frentes de trabalho e que há dados relacionando o paradeiro do menino a outros municípios.
Desde o desaparecimento de
Pereira, nunca houve um único
pedido de resgate à família, segundo o pai do garoto. Depois
do sumiço dele, um homem
chegou a ser preso em Ilhéus
depois de tentar pegar o dinheiro da recompensa com informações falsas sobre o paradeiro
da criança.
O delegado Rogério Vito, assistente da Delegacia Seccional
de São Carlos, criticou ontem a
atitude do pai de Pereira de aumentar o valor da recompensa.
"Há de se tomar cuidado com
aproveitadores. Ao contrário
de ajudar, eles podem fornecer
informações que atrapalham o
trabalho da polícia", disse o delegado, por meio da assessoria
de imprensa da Secretaria de
Estado da Segurança Pública.
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