Ribeirão Preto, Sábado, 12 de Fevereiro de 2011

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Uso de protetor vencido será investigado

Agentes da dengue dizem que item acoplado à máscara venceu em dezembro; prefeitura afirma que fez a troca

Secretaria da Saúde diz que material mostrado à Folha estava escondido e foi exibido para "denegrir trabalho"

Silva Junior/Folhapress
O agente do controle de Vetores Láercio Pires mostra um filtro de máscara válido até 2010

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

A Subdelegacia do Trabalho de Ribeirão vai investigar a denúncia de que agentes do Controle de Vetores que combatem a dengue usaram, por um mês, filtros vencidos da máscara que protege o rosto na nebulização.
A Prefeitura de Ribeirão admite que "alguns" filtros já haviam ultrapassado o limite de prazo -que era dezembro-, mas diz que as acusações dos agentes são falsas e que todo o material foi trocado (leia texto ao lado).
A cidade, que teve a maior epidemia de dengue da sua história em 2010, com cerca de 30 mil casos, já tem 653 casos confirmados neste ano -é líder no ranking em SP.
A Folha encontrou com agentes da regional sul um filtro de máscara cujo prazo de validade era 2010.
A chefe da Vigilância em Saúde, Maria Luiza Santa Maria, diz que o filtro vencido foi escondido e mostrado à reportagem para denegrir o trabalho do município.
A denúncia foi feita pelo presidente da Associação dos Agentes de Controle de Vetores, Laércio Pires.
Segundo ele, a maioria dos funcionários que atuam na nebulização usaram máscaras com filtro vencido por ao menos um mês.
Além disso, afirma Pires, as capas protetoras do corpo já haviam sido lavadas mais de 33 vezes, o que seria o limite para mantê-la impermeável e proteger o agente.
Para ele, só após a situação ter sido denunciada, na última sexta, é que os equipamentos começaram a ser trocados nas unidades.
O subdelegado do Trabalho, Paulo Cristino da Silva, disse que enviará equipes a campo para checar as condições dos equipamentos.
O município tem cerca de 300 agentes, cuja maioria atua na visita às casas para eliminar criadouros -60 trabalham na nebulização.
Neste ano, diz Pires, vence o contrato de cerca de 50 dos 160 agentes temporários. A associação reivindica que sejam recontratados.


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