Ribeirão Preto, Segunda-feira, 12 de Abril de 2010

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Ribeirão quer fundo para erguer barragem

Ideia é que empreendimento em local que precisa de represamento só seja aprovado após contribuição com o fundo

Consultoria contratada pela prefeitura afirma ser preciso pelo menos mais dez barragens na cidade para prevenir as enchentes

Edson Silva/Folha Imagem
Visita da Barragem de Santa Tereza no ribeirão Preto; além dela, só há mais uma barragem construída na cidade, em Bonfim Paulista

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Secretaria de Planejamento de Ribeirão Preto vai propor a criação de um fundo para financiar a construção de barragens contra enchentes na cidade. Segundo o secretário Ivo Colichio, a ideia é que o fundo receba recursos de empreendedores que querem construir em áreas onde a prefeitura planeja criar as barragens.
O repasse dos recursos ao fundo poderia, por exemplo, ser condição para aprovação dos projetos de obras na secretaria. A forma como será cobrado o repasse, no entanto, ainda não foi definida pela pasta.
Hoje, Ribeirão só possui duas barragens no ribeirão Preto -a de Santa Tereza e a de Bonfim Paulista. As áreas onde a prefeitura planeja construir barragens já estão previamente definidas por um levantamento da empresa SHS Consultoria e Projetos de Engenharia, de São Carlos, contratada em 2008, dentro do estudo de macrodrenagem. A conclusão desses estudos, no entanto, só deve ocorrer no final deste mês.
No final do ano passado, o engenheiro e diretor da SHS, Swami Villela, apontou a necessidade de no mínimo dez barragens para a contenção de enchentes, consideradas por ele "urgentíssimas". Uma delas fica em parte do loteamento Royal Park, na zona sul, transformado em condomínio fechado pelos moradores.
"A proposta [de criação do fundo] é positiva. Mas o poder público não pode depender apenas disso para fazer as obras", disse o promotor do Meio Ambiente, Marcelo Pedroso Goulart, que obrigou a prefeitura a contratar o estudo de macrodrenagem.
Atualmente, a principal obra contra cheias está sendo bancada exclusivamente com dinheiro público, principalmente do governo federal.
Trata-se do alargamento dos canais do ribeirão Preto, na avenida Jerônimo Gonçalves, e do Retiro Saudoso, que corta as avenidas Fábio Barreto e Francisco Junqueira, ambas na região central.
Em dezembro do ano passado, o diretor da SHS disse à Folha que a prefeitura errou ao dar prioridade à obra antes de construir barragens de contenção de águas pluviais, especialmente na zona sul. Segundo Villela, novos pontos de enchente deverão surgir na região da Via Norte quando a obra dos canais for concluída.
Esse "erro", segundo Goulart, não vai mais ocorrer quando o plano de macrodrenagem for concluído. "No plano, haverá esse ranking onde estarão elencadas as obras prioritárias segundo critérios técnicos."
Em Ribeirão, ao menos dois empreendimentos na zona sul foram aprovados sob a condição de construírem suas barragens. Um deles é o Alphaville, em Bonfim Paulista. Segundo a secretaria, as barragens do loteamento vão conter a água das chuvas que o empreendimento "devolveria" ao município quando estiver consolidado.


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