Barrinha e Pontal estudam criar lei para vetar a passagem desses caminhões pela zona urbana; Altinópolis já fez isso

Prefeitos dizem que os treminhões provocam acidentes, estragam o asfalto e espalham poeira e cana pelas ruas

Silva Junior/Folha Imagem

Caminhão canavieiro carregado passa pelo trevo de Pontal, cidade que tem três usinas; prefeito reclama do sobrepeso da carga

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Prefeituras da região de Ribeirão Preto cujas economias dependem diretamente da indústria sucroalcooleira planejam criar leis proibindo o tráfego de caminhões canavieiros em vias municipais. O motivo: os treminhões causam acidentes, estragam o asfalto e espalham poeira e pedaços de cana pelas cidades.
Segundo o secretário de Administração de Barrinha, João Carlos Bombonato, a ideia é aprovar uma lei que passe a valer para a próxima safra. "Não tivemos acidentes aqui até hoje por sorte, porque a coisa está grave. Eles [caminhões canavieiros] estragam o asfalto, trazem poeira e, quando chove, barro", afirmou.
Na cidade, trafegam aproximadamente cem treminhões por dia durante a safra, um período que vai, geralmente, de maio a dezembro.
Em Pontal, onde estão instaladas três usinas, o prefeito Antônio Frederico Venturelli Júnior (DEM) também "declarou guerra" aos caminhões canavieiros. "O tráfego dentro da cidade traz problemas para os carros, pedestres e ciclistas. Além disso, esses caminhões andam com sobrepeso, o que estraga o asfalto. A cana fica mal acondicionada [por causa do sobrepeso] e vai caindo no asfalto. Ela retém umidade quando chove e também estraga o asfalto", afirmou.
Venturelli não definiu quando pretende criar a legislação porque aguarda a conclusão de um trecho do anel viário sul da cidade, obra que vai viabilizar o tráfego dos caminhões fora das vias municipais. Para sair do papel, a obra, no entanto, depende de o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) liberar cerca de R$ 5 milhões.
Em Altinópolis, cidade localizada na rota de caminhões canavieiros que abastecem usinas de Mococa, Batatais, Patrocínio Paulista e São Sebastião do Paraíso (MG), um decreto proibindo a circulação de treminhões em vias municipais vigora desde 2003.
No último dia 5, foi promulgada uma legislação mais abrangente, que veta o tráfego de todos os tipos de caminhão na área urbana, exceto os que transportam cargas com destino a Altinópolis.
"Esses treminhões estragam o asfalto, calçadas e provocam rachaduras nas casas. Além disso, se alguém entrar com pedido de indenização, quem é obrigado a pagar é a prefeitura", disse o prefeito de Altinópolis, Marco Ernani Hyssa Luiz (PMDB).


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