Jovem que fugiu de blitz e seus familiares dizem que foram agredidos por policiais depois da abordagem

Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso, que também será acompanhado pela Ouvidoria das polícias

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

Novas denúncias de agressões supostamente praticadas por policiais militares de Sertãozinho estão sendo investigadas pela Polícia Civil e pela Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo.
Na última sexta-feira, uma família de Sertãozinho registrou ocorrência na qual afirma que sofreu agressões de PMs depois de uma abordagem, no bairro Santa Marta.
Segundo os depoimentos, um rapaz fugiu de uma blitz porque não tem carteira de habilitação e quando parou em frente à sua casa foi agredido pelos policiais militares.
Além dele, a namorada e o pai também afirmam que foram espancados por policiais -o pai do jovem diz que chegou a evacuar na roupas em razão das agressões sofridas.
Testemunhas contam que os PMs revistaram o carro e a casa do rapaz e nada encontraram. No entanto, ao chegar na delegacia, eles apresentaram uma arma e cápsulas de cocaína como sendo do rapaz, que foi preso em flagrante por tráfico de drogas e porte de arma.
A família do jovem diz estar com medo, já que diz ter sido ameaçada caso não ficasse de "bico calado".
Segundo o delegado seccional de Sertãozinho, Cláudio Ottoboni, um inquérito policial foi instaurado para apurar abuso de autoridade e um ofício foi encaminhado ao batalhão da Polícia Militar, para que seja aberta uma investigação interna.
O ouvidor Luís Gonzaga Dantas disse que vai denunciar o caso na Corregedoria da PM e reiterar o pedido de afastamento dos policiais, já que um deles é investigado em outro caso de abuso.
O tenente-coronel João Batista de Camargo Júnior, comandante da PM em Sertãozinho, foi procurado durante toda a tarde de ontem, mas não ligou de volta.


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