Ribeirão Preto, Quarta-feira, 12 de Novembro de 2008

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Construtoras "avançam" no caixa da prefeitura neste ano

36 firmas do setor receberam mais de R$ 200 mil dos cofres da Prefeitura de Ribeirão

No ano passado, apenas 16 empresas alcançaram os R$ 200 mil; secretário de Obras diz que fato se deve ao aumento dos recursos

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Dobrou o número de construtoras que receberam mais de R$ 200 mil da Prefeitura de Ribeirão Preto de janeiro a novembro deste ano em relação ao mesmo período de 2007.
Segundo levantamento feito pela Folha com base na relação dos maiores pagamentos efetuados pela administração do prefeito Welson Gasparini (PSDB), 32 empresas de engenharia faturaram juntas neste ano R$ 26,9 milhões contra as 16 que levaram cerca de R$ 16,4 milhões por serviços e obras no ano passado.
Apesar de ter transformado a cidade em um canteiro de obras neste ano de eleição municipal, Gasparini não conseguiu se reeleger: foi superado por Dárcy Vera (DEM), que venceu já no primeiro turno.
No ranking geral dos que receberam verba da prefeitura, as construtoras só perdem para a folha de pagamento dos funcionários, para os contratos e convênios da Secretaria da Saúde -que somaram aproximadamente R$ 50,9 milhões, incluindo recursos do SUS (Sistema Único de Saúde)- e para os repasses a autarquias e estatais como o Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), IPM (Instituto de Previdência dos Municipiários) e Cohab.
Segundo o secretário de Obras Públicas de Ribeirão, Wilson Laguna, o número de obras e serviços de engenharia contratados pela prefeitura foi maior neste ano pela disponibilidade de recursos no Orçamento. "Já havia crescido no ano passado, mas antes não havia dinheiro. No primeiro ano de governo, nós tínhamos um Orçamento de R$ 500 milhões e vamos para R$ 1 bilhão no ano que vem", disse Laguna.
Neste ano, a construtora que mais recebeu recursos do município, R$ 4,879 milhões, foi a Ambiental, de Ribeirão Preto. Atualmente, a empresa mantém três dos principais contratos de manutenção da prefeitura, o de limpeza de bocas-de-lobo, o de poda e extração de galhos e o de sepultamentos e manutenção nos cemitérios da Saudade e Bom Pastor.
Além disso, segundo Paulo Roberto Nogueira, diretor de operações da empresa, a Ambiental é responsável por três reformas de grande visibilidade licitadas este ano: a da rodoviária, a da praça das Bandeiras, onde fica a Catedral Metropolitana, e a do parque Maurílio Biagi, todas no centro.
O secretário de Obras nega que o número de licitações tenha aumentado em decorrência das eleições. "Muitas licitações começaram a ser preparadas no ano passado e foram concluídas neste ano. São processos complicados, burocráticos e não temos como fugir disso na gestão pública", disse.
No setor privado, abaixo das empresas de engenharia, os maiores pagamentos da prefeitura vão para as empresas de segurança privada, que têm contrato com a Secretaria da Educação de Ribeirão.
Tanto em 2007 como neste ano, o montante pago às duas empresas que prestam serviço às escolas da rede municipal, a Albatroz e a Ciaserv, superou os R$ 4 milhões: R$ 4,55 milhões no ano passado e R$ 4,79 milhões neste ano.
A Folha não conseguiu ouvir ontem à tarde o superintendente da Guarda Civil Municipal, Erick Cunha Junqueira, responsável pela segurança dos prédios públicos.
Outra despesa da prefeitura que aumentou foi o pagamento de sentenças judiciais. Neste ano, foram gastos cerca de R$ 20,62 milhões levando-se em consideração apenas os valores superiores a R$ 200 mil. No ano passado, foram pagos R$ 4,96 milhões entre janeiro e novembro.
Celso Malerba, secretário-adjunto dos Negócios Jurídicos de Ribeirão, afirmou que os valores correspondem a indenizações e ações trabalhistas.


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