Ribeirão Preto, Sábado, 12 de Dezembro de 2009

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Bullamah é condenado a 18 anos de prisão

Em julgamento de 16 horas, ex-ginecologista foi condenado por morte da estudante Helen Buratti, ocorrida em 2002

Defesa afirma que vai recorrer; Bullamah foi enviado ontem mesmo ao Centro de Detenção Provisória de Ribeirão


Edson Silva/Folha Imagem
Oex-médico Vanderson Bullamah (à esq.), ouve sentença lida pelo juiz José Roberto Bernardi Liberal, na madrugada de ontem

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O ex-ginecologista Vanderson Bullamah, 57, foi condenado na madrugada de ontem a 18 anos de prisão em regime fechado pela morte da estudante Helen de Moura Buratti, em julho de 2002. Helen, que tinha 18 anos e cursava o primeiro semestre de veterinária, morreu um dia depois de ser submetida a uma cirurgia de lipoescultura na clínica de Bullamah.
O julgamento, realizado por júri popular no Fórum de Ribeirão Preto, durou 16 horas. Das sete pessoas escolhidas para julgar Bullamah, quatro decidiram condená-lo pelo crime de homicídio doloso eventual, segundo seu advogado, Heráclito Mossin. O promotor do caso, Luis Henrique Pacini Costa, alegou que Bullamah sabia dos riscos que corria ao operar a estudante e que, mesmo assim, decidiu pela cirurgia.
Bullamah já saiu preso do Fórum e passou a noite no 2º DP (Distrito Policial). De manhã, ele foi encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória), de onde seria transferido para uma penitenciária cujo local estava indefinido até o final da tarde de ontem.
Para Mossin, a pena foi "abusiva". "O juiz errou. A Justiça deve ser aplicada com equilíbrio. A pena é três vezes maior do que a pena mínima para um homicídio simples, que é de seis anos", disse Mossin, que afirmou que recorrerá e pedirá a anulação do julgamento.
Na sentença que condenou Bullamah, o juiz José Roberto Bernardi Liberal afirmou que o tratamento dado ao ex-ginecologista deveria ser "severo e eficaz, compatível a seu ato de violência". "O que sempre anima o criminoso é a esperança da impunidade", disse o juiz.
Os pais de Helen, Renato Buratti e Sônia Maria Buratti, que ficaram no Fórum durante todo o julgamento, choraram muito quando a condenação de Bullamah foi definida, às 2h45 de ontem. "É uma sensação de alívio. Porque agora eu sei que não vai acontecer com outras famílias o que aconteceu com a gente", disse Sônia.
Ninguém da família de Bullamah falou com a Folha. No plenário, havia poucas pessoas ligadas ao ex-ginecologista -a reportagem teve confirmação de um irmão e do genro.


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