Ribeirão Preto, Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009

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Risco de febre amarela se expande na região

Estado inclui mais 11 cidades da região na lista de áreas endêmicas, deixando de fora só Tambaú; vacinação será incentivada

Chefe de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde diz que ação é preventiva e não há motivo para alarme


LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Responsável pelos dois únicos casos de morte por febre amarela em todo o Estado no ano passado, a região de Ribeirão Preto está, desde ontem, incluída quase 100% na chamada área de risco da doença.
A Secretaria de Estado da Saúde acrescentou 11 cidades do DRS (Departamento Regional de Saúde) de Araraquara à lista dos municípios que estão em situação de risco. Ao todo, agora são 88 cidades da região de Ribeirão que formam as áreas endêmicas (Tambaú é o único município da região que não figura na lista). Traduzindo: quem for viajar para a região terá de ser vacinado com dez dias de antecedência.
Além de Araraquara, 38 municípios da região de Bauru também foram adicionados à lista, que passa a ter 331 cidades sob risco -51% de todo o Estado. Cerca de 80 mil pessoas das áreas rurais e ribeirinhas desses 49 novos municípios deverão ser vacinadas, até fevereiro. Além disso, a vacina será incluída no calendário oficial: bebês receberão a dose ao completar nove meses.
De acordo com o Estado, os municípios próximos a Araraquara foram incluídos devido à morte por febre amarela, em maio do ano passado, de Sandro Vivaldini.
Os municípios próximos a Araraquara e São Carlos são os que carecem de maior atenção em todo o Estado, segundo a coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde, Clélia Maria Aranda. "Estamos em alerta, pois são áreas onde tivemos casos confirmados no ano passado e tem uma grande zona rural. Mas, neste momento, não há uma situação de transição desenfreada da doença."
Aranda afirma que em nenhum dos 331 municípios há suspeitas de casos de febre amarela e que não há motivo para alarde entre a população. "O ideal é que as pessoas que visitem o interior, principalmente áreas rurais, ranchos, fazendas e regiões ribeirinhas, tomem a vacina. É uma ação preventiva."
A rigor, além dos bloqueios nas zonas rurais, o Estado não deve fazer grandes campanhas de vacinação nos municípios. "É uma situação diferente de 2008, quando grandes filas se formavam nos postos de saúde. Estamos tomando medidas preventivas", disse.

Rotina
Em São Carlos e Ribeirão Preto, por exemplo, as secretarias municipais da Saúde não planejam nenhuma ação especial para o combate à doença.
"O município já vinha desenvolvendo ações de vacinação desde a ocorrência de morte [em maio do ano passado]. A vacina da febre amarela passou a ser rotina nas unidades de saúde. Não haverá, por exemplo, novas campanhas de vacinação, mas quem ainda não tomou deve tomar", disse Edeltraut Nöthling Zoia, responsável pela Divisão de Vigilância Epidemiológica de São Carlos.
Segundo a diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Ribeirão, Ana Alice de Castro e Silva, a vacina já está no calendário do município, mas nenhuma campanha específica -como estandes de vacinação nos calçadões da cidade- será realizada.
Além do caso de São Carlos, um homem morreu por febre amarela silvestre em maio de 2008 em Cravinhos.


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