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Risco de febre amarela se expande na região
Estado inclui mais 11 cidades da região na lista de áreas endêmicas, deixando de fora só Tambaú; vacinação será incentivada
Chefe de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde diz que ação é preventiva e não há motivo para alarme
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Responsável pelos dois únicos casos de morte por febre
amarela em todo o Estado no
ano passado, a região de Ribeirão Preto está, desde ontem, incluída quase 100% na chamada
área de risco da doença.
A Secretaria de Estado da
Saúde acrescentou 11 cidades
do DRS (Departamento Regional de Saúde) de Araraquara à
lista dos municípios que estão
em situação de risco. Ao todo,
agora são 88 cidades da região
de Ribeirão que formam as
áreas endêmicas (Tambaú é o
único município da região que
não figura na lista). Traduzindo: quem for viajar para a região terá de ser vacinado com
dez dias de antecedência.
Além de Araraquara, 38 municípios da região de Bauru
também foram adicionados à
lista, que passa a ter 331 cidades
sob risco -51% de todo o Estado. Cerca de 80 mil pessoas das
áreas rurais e ribeirinhas desses 49 novos municípios deverão ser vacinadas, até fevereiro.
Além disso, a vacina será incluída no calendário oficial: bebês
receberão a dose ao completar
nove meses.
De acordo com o Estado, os
municípios próximos a Araraquara foram incluídos devido à
morte por febre amarela, em
maio do ano passado, de Sandro Vivaldini.
Os municípios próximos a
Araraquara e São Carlos são os
que carecem de maior atenção
em todo o Estado, segundo a
coordenadora de Controle de
Doenças da Secretaria de Estado da Saúde, Clélia Maria Aranda. "Estamos em alerta, pois
são áreas onde tivemos casos
confirmados no ano passado e
tem uma grande zona rural.
Mas, neste momento, não há
uma situação de transição desenfreada da doença."
Aranda afirma que em nenhum dos 331 municípios há
suspeitas de casos de febre
amarela e que não há motivo
para alarde entre a população.
"O ideal é que as pessoas que visitem o interior, principalmente áreas rurais, ranchos, fazendas e regiões ribeirinhas, tomem a vacina. É uma ação preventiva."
A rigor, além dos bloqueios
nas zonas rurais, o Estado não
deve fazer grandes campanhas
de vacinação nos municípios.
"É uma situação diferente de
2008, quando grandes filas se
formavam nos postos de saúde.
Estamos tomando medidas
preventivas", disse.
Rotina
Em São Carlos e Ribeirão
Preto, por exemplo, as secretarias municipais da Saúde não
planejam nenhuma ação especial para o combate à doença.
"O município já vinha desenvolvendo ações de vacinação
desde a ocorrência de morte
[em maio do ano passado]. A
vacina da febre amarela passou
a ser rotina nas unidades de
saúde. Não haverá, por exemplo, novas campanhas de vacinação, mas quem ainda não tomou deve tomar", disse Edeltraut Nöthling Zoia, responsável pela Divisão de Vigilância
Epidemiológica de São Carlos.
Segundo a diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Ribeirão, Ana Alice de Castro e Silva, a vacina já
está no calendário do município, mas nenhuma campanha
específica -como estandes de
vacinação nos calçadões da cidade- será realizada.
Além do caso de São Carlos,
um homem morreu por febre
amarela silvestre em maio de
2008 em Cravinhos.
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