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Esperança contra crise, Couromoda anima Franca
Setor calçadista acha que feira é termômetro para medir efeitos da turbulência
Sindicato e empresários dizem que movimento na abertura, ontem, foi bom, e que poderão recontratar funcionários neste ano
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Considerada a principal alavanca de vendas do mercado
calçadista, a Couromoda foi
aberta ontem, em São Paulo,
com movimento que animou os
expositores de Franca, principal polo de produção de calçados masculinos do Brasil.
A edição deste ano, a 36ª, é o
termômetro aguardado pelos
empresários para saber o quão
impactante a crise econômica
mundial será no setor. Quanto
menor a influência, maior será
o índice de recontratação dos
funcionários demitidos em
massa no final de 2008.
"Só na quarta-feira [penúltimo dia do evento] é que vamos
saber o real impacto nas vendas, mas a julgar pelas visitas
que tivemos neste início, estamos mais otimistas que nunca", disse José Carlos Brigagão
do Couto, presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria
de Calçados de Franca).
Os empresários também ficaram animados com o início
da feira. As melhores expectativas são em relação ao comércio
exterior. "Com o dólar valorizado frente ao real, temos boas
previsões. Por esse lado, prefiro
crise 12 meses por ano", disse
Téti Brigagão, diretor de marketing da Sândalo.
Segundo ele, há neste ano 60
reuniões marcadas com compradores estrangeiros, melhor
previsão dos últimos cinco
anos-no ano passado eram 46.
A indústria de Franca conta
com um estande coletivo com
37 expositores que apresentam
suas coleções outono-inverno.
Há estandes individuais de
marcas como Democrata e Sândalo.
Empresários da cidade representam 14% do total de expositores da Couromoda, segundo o Sindifranca. A expectativa da organização é de que o
evento movimente em torno de
R$ 6 bilhões em negócios nos
quatro dias de feira e nos primeiros três meses do ano. A
previsão é receber 77 mil lojistas do Brasil e do exterior.
Reivindicações
O presidente do Sindifranca
entregou um documento com
dez reivindicações do setor ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) e ao governador José
Serra (PSDB).
A principal delas é o repasse
aos exportadores do saldo remanescente represado na Guia
de Informação e Apuração de
ICMS (GIA). Segundo ele, normalmente as reivindicações
não são atendidas.
"Foi uma conversa rápida,
mas pelo discurso dele [Lula],
algumas ideias batem com nossas pretensões", afirmou.
Em momento de descontração, durante visita ao estande
de Franca, Lula ameaçou atirar
um sapato contra os jornalistas, em alusão ao episódio que
envolveu um repórter iraquiano e o presidente americano
George W. Bush, em dezembro.
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