Ribeirão Preto, Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009

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Esperança contra crise, Couromoda anima Franca

Setor calçadista acha que feira é termômetro para medir efeitos da turbulência

Sindicato e empresários dizem que movimento na abertura, ontem, foi bom, e que poderão recontratar funcionários neste ano


ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Considerada a principal alavanca de vendas do mercado calçadista, a Couromoda foi aberta ontem, em São Paulo, com movimento que animou os expositores de Franca, principal polo de produção de calçados masculinos do Brasil.
A edição deste ano, a 36ª, é o termômetro aguardado pelos empresários para saber o quão impactante a crise econômica mundial será no setor. Quanto menor a influência, maior será o índice de recontratação dos funcionários demitidos em massa no final de 2008.
"Só na quarta-feira [penúltimo dia do evento] é que vamos saber o real impacto nas vendas, mas a julgar pelas visitas que tivemos neste início, estamos mais otimistas que nunca", disse José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca).
Os empresários também ficaram animados com o início da feira. As melhores expectativas são em relação ao comércio exterior. "Com o dólar valorizado frente ao real, temos boas previsões. Por esse lado, prefiro crise 12 meses por ano", disse Téti Brigagão, diretor de marketing da Sândalo.
Segundo ele, há neste ano 60 reuniões marcadas com compradores estrangeiros, melhor previsão dos últimos cinco anos-no ano passado eram 46.
A indústria de Franca conta com um estande coletivo com 37 expositores que apresentam suas coleções outono-inverno. Há estandes individuais de marcas como Democrata e Sândalo.
Empresários da cidade representam 14% do total de expositores da Couromoda, segundo o Sindifranca. A expectativa da organização é de que o evento movimente em torno de R$ 6 bilhões em negócios nos quatro dias de feira e nos primeiros três meses do ano. A previsão é receber 77 mil lojistas do Brasil e do exterior.

Reivindicações
O presidente do Sindifranca entregou um documento com dez reivindicações do setor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao governador José Serra (PSDB).
A principal delas é o repasse aos exportadores do saldo remanescente represado na Guia de Informação e Apuração de ICMS (GIA). Segundo ele, normalmente as reivindicações não são atendidas.
"Foi uma conversa rápida, mas pelo discurso dele [Lula], algumas ideias batem com nossas pretensões", afirmou.
Em momento de descontração, durante visita ao estande de Franca, Lula ameaçou atirar um sapato contra os jornalistas, em alusão ao episódio que envolveu um repórter iraquiano e o presidente americano George W. Bush, em dezembro.


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