Ribeirão Preto, Quarta-feira, 13 de Janeiro de 2010 |
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Sindicância vê erros em reforma de praça
Prefeitura descarta superfaturamento, mas falhas geraram entraves na obra, que foi entregue com atraso e incompleta
VERIDIANA RIBEIRO DA FOLHA RIBEIRÃO A sindicância aberta pela Prefeitura de Ribeirão para apurar possível superfaturamento na reforma da praça das Bandeiras detectou que o projeto inicial elaborado e usado pelo governo como base para a abertura da licitação foi "mal feito", o que poderia ter "gerado prejuízo à administração". Segundo apurado na sindicância, a prefeitura descartou superfaturamento, mas apontou que as "repetidas falhas na elaboração e conferência do projeto" foram a causa dos "entraves" envolvendo a obra, entregue com atraso e de forma incompleta em julho passado. A inauguração foi feita pela prefeita Dárcy Vera (DEM), nove meses depois do prazo previsto no contrato firmado com a empresa Ambiental. Os principais erros apontados pela sindicância foram a especificação da quantidade e do material dos postes de iluminação -eram necessários 50 de ferro fundido, mas foram pedidos oito de material galvanizado-, a falta de caixa d'água para o sistema de irrigação do jardim da praça e o dimensionamento incorreto do coreto. O projeto de paisagismo também foi refeito na reforma e saiu por cerca de 50% menos que o previsto, disse o secretário da Administração, Marco Antônio dos Santos. "Poderia ter sido 50% a mais", afirmou. Por causa dos apontamentos da sindicância, foi determinado às pastas de Obras Públicas, Planejamento e Gestão Pública e Meio Ambiente que orientem técnicos a elaborar projetos com "nível de precisão adequados" sob pena de responsabilização, em âmbito administrativo e judicial, por falhas. A reforma da praça das Bandeiras, uma das mais importantes da cidade, é polêmica. Sua execução foi alvo não só de sindicância da prefeitura, como é investigada em inquérito na Promotoria e está sendo apurada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), que deve entregar o resultado ao governo Dárcy e à Promotoria. O resultado da sindicância não gerou punição a servidores envolvidos na reforma. Segundo Santos, caberá à Promotoria investigar irregularidades e, se for o caso, determinar punição aos responsáveis, uma vez que o objeto de investigação da sindicância era o superfaturamento, o que foi descartado. A Folha não conseguiu ouvir ontem o promotor da Cidadania, Sebastião Sérgio da Silveira. A reforma já consumiu cerca de R$ 1,04 milhão em recursos dos governos federal e municipal, segundo o secretário de Obras, Abranche Fuad Abdo. O valor é praticamente o dobro do que foi gasto, em média, na construção de novas praças na gestão anterior, de Welson Gasparini (PSDB), responsável pela elaboração do projeto e execução de parte da reforma. Desde que começou a ser executado, em 2008, o contrato da reforma das duas praças -inclui a da Catedral- já foi aditado seis vezes, a última ontem. Segundo o "Diário Oficial do Município", o valor final deve ser de R$ 1,398 milhão. Próximo Texto: Frase Índice |
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