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Ribeirão Preto tem três geriatras para atender 72 mil idosos
Promotoria vê atendimento precário e ajuiza ação contra prefeitura e Estado
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Para atender a população
idosa de Ribeirão Preto, que é
de 72 mil pessoas com mais de
60 anos, de acordo com a Fundação Seade (Sistema Estadual
de Análise de Dados), a rede
municipal de saúde conta com
apenas três geriatras -dois fixos e um de "apoio".
A precariedade no atendimento aos idosos levou o Ministério Público Estadual a
ajuizar, ontem, ação civil pública contra a prefeitura e o governo do Estado.
Os geriatras do município
atendem no NGA (Núcleo de
Gestão Assistencial), mas não
há especialistas nas UBDSs
(Unidades Básicas Distritais de
Saúde). Para a Promotoria, a cidade descumpre exigências do
Estatuto do Idoso, lei que entrou em vigor no país em 2003.
O promotor Carlos Cezar
Barbosa entrou com um pedido
de liminar para que as UBDSs
passem a priorizar o atendimento às pessoas com mais de
60 anos. A solicitação pode ser
julgada nesta semana, segundo
Barbosa. Ele afirmou na petição que há demora na atenção
aos idosos nas UBDSs. "Há relatos de pessoas que esperaram
mais de quatro horas", disse.
Além da liminar, Barbosa pede para que o Judiciário exija
dos governos municipal e estadual a criação de um centro de
referência do idoso e agilidade
em internações.
Ontem, por volta das 16h30,
o aposentado Antonio Martins,
77, aguardava desde às 15h para
ser chamado na UBDS Central.
Ele disse que, sempre que vai ao
local, tem de esperar ao menos
duas horas. "A gente vem sabendo que não tem hora para ir
embora", disse Martins. Ele foi
atendido às 17h.
Atilio Contin, 77, também
aposentado, voltou à UBDS
Central ontem, depois de ter
esperado mais de seis horas por
atendimento no dia anterior.
Ele disse ter chegado anteontem à unidade com dores no canal da urina, às 16h30, e foi
atendido por volta das 22h. "É
demais para qualquer pessoa."
A secretária da Saúde de Ribeirão, Carla Palhares, disse
que a meta do governo municipal é "humanizar o atendimento". Ela afirmou concordar com
a Promotoria sobre a priorização do atendimento aos idosos
mas, segundo a secretária, a
pasta "já trabalha assim".
Sobre a criação do centro de
referência, Palhares disse que
já existe projeto em andamento
na prefeitura. Para o chefe da
divisão médica da secretaria,
Nélio Rezende Cardoso, a ação
da Promotoria pode ser "uma
chance" para a criação de novos
cargos de especialistas na rede.
A Secretaria de Estado da Saúde disse que não foi notificada
sobre o caso.
(ARARIPE CASTILHO)
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