Ribeirão Preto, Quinta-feira, 13 de Janeiro de 2011

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Nogueira eleva o tom de críticas ao PT

Conhecido como político avesso a polêmicas, tucano afirmou que oposição vai defender mínimo de R$ 600

Proposta resgata o valor propagandeado pelo colega José Serra na campanha presidencial tucana no ano passado


ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Alçado anteontem ao posto de líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Duarte Nogueira elevou ontem o tom nas declarações dadas contra o PT nacional.
Nogueira é conhecido em Ribeirão como um político avesso a polêmicas.
Em entrevista à Folha, ele disse que os tucanos vão defender o salário mínimo de R$ 600, resgatando o valor propagandeado por José Serra na campanha presidencial do ano passado.
Com isso, a oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) pretende lançar mais um ingrediente no debate sobre o mínimo, que chegou a dividir a base governista antes mesmo da posse dos parlamentares eleitos e reeleitos, marcada para 1º fevereiro.
"Para começar, nem a base do governo sabe o que quer. O Executivo propõe R$ 540, o PMDB diz que o valor tem de ser maior e o PDT falou até em R$ 580. Nós vamos manter coerência com o que dissemos na campanha", disse o tucano.
O mínimo de R$ 600 servirá para os tucanos sustentarem a crítica de que o PT inchou a máquina pública e a transformou em "cabide de emprego" para garantir governabilidade à base de "fisiologismo político".
"Esse valor é factível desde que o governo enxugue a estrutura governamental, que hoje tem 37 ministérios", afirmou Nogueira.
Ele também comentou o fato de a oposição ter ficado paralisada no governo Lula (PT), devido à popularidade do ex-presidente, mas disse apenas que vai pregar uma conduta "dura", mas "não irresponsável".
O tucano está no segundo mandato como deputado federal. Chegou a ser cogitado para assumir uma secretaria no recém-iniciado governo de Geraldo Alckmin (PSDB), o que não se concretizou.
Em 1992, disputou a Prefeitura de Ribeirão, mas foi derrotado pelo petista Antonio Palocci, hoje ministro da Casa Civil e braço direito de Dilma no governo.

PRAXE
Tradicionalmente, o partido de oposição com maior bancada lidera todo o bloco, que além dos 53 deputados tucanos, conta mais 43 do DEM e 12 do PPS -a base de apoio ao governo tem 405 parlamentares.
Para Nogueira, os três partidos adversários de Dilma vão compor um grupo harmônico. "Podemos dizer que a oposição terá várias cabeças. O PSDB vai liderar, mas respeitando a identidade de cada partido."
Como também é rotina na Câmara, o maior partido da oposição indicará o líder da minoria. O nome de consenso dos tucanos é o de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), segundo Nogueira. A liderança da minoria tem função de contrapor o líder do governo.
A reportagem tentou falar com o presidente estadual do PT, Edinho Silva, mas não o encontrou.


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