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Sem abrigo, pacientes esperam o dia inteiro na rua até voltar para casa
ENVIADA ESPECIAL A BARRETOS
Pacientes de cidades próximas a Barretos que não têm
abrigo em casas de apoio chegam a passar o dia inteiro à espera do transporte que os levará de volta ao município onde
moram.
A aposentada Florisbela Souza da Silva, 53, sai de Valparaiso
às 5h em direção a Barretos.
Após realizar os exames na parte da manhã, tem de esperar todos os pacientes que viajaram
com ela para poder voltar. Geralmente, a volta acontece às
22h. "Uma vez chegamos em
Valparaiso só às 3h. É muito
cansativo, principalmente para
alguém como eu, que já fez quimioterapia e radioterapia.
Quando a gente faz esses tratamentos não passa bem. Ter de
ficar esperando é muito difícil."
Para fazer tratamento, o tratorista José do Carmo Aguiar
enfrenta uma viagem ainda
mais exaustiva. O ônibus gasta
seis horas para percorrer 421
quilômetros entre Presidente
Venceslau e Barretos. Ele sai da
cidade à meia-noite e costuma
chegar em casa só no final da
noite do outro dia. "Dizer que
não é cansativo é mentira. Mas
tem de vir, porque o tratamento lá não é igual ao daqui."
Apesar da grande procura de
pacientes e das casas de apoio
mantidas em Barretos, a superintendente da assistência social do Hospital do Câncer, Fabiana Cardoso de Lima, diz que
não há fila de espera para vagas
nos alojamentos do hospital.
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