Ribeirão Preto, Quinta-feira, 13 de Agosto de 2009

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Polícia prende 11 por tráfico de diamantes

Operação Quilate da PF em Franca e mais sete cidades prendeu acusados de integrar uma quadrilha internacional

Prisões em Franca foram em condomínio de luxo; PF apreendeu camionetes, dólares, reais e pedras avaliadas em R$ 1 milhão

Dirceu Garcia/"Comércio da Franca"
Policiais buscam os acusados no condomínio de luxo Morada do Verde, onde foram presas seis pessoas, entre eles um israelense

DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

A Polícia Federal de Ribeirão Preto prendeu ontem 11 pessoas em sete cidades acusadas de fazer parte de uma quadrilha de tráfico internacional de pedras preciosas. Oito pessoas foram presas em flagrante. Foram apreendidos dólares e reais, carros de luxo, diamantes e outras pedras preciosas, avaliados em pouco mais de R$ 1 milhão. A ação foi chamada de Operação Quilate.
Ao todo foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva, todos expedidos pela Segunda Vara Federal de Justiça de Franca. A operação mobilizou 140 policiais federais nas seguintes cidades: Franca, São José do Rio Preto, São Paulo, Belo Horizonte, Frutal, Uberlândia e Guarará -as últimas quatro cidades são mineiras. Segundo a PF, as investigações duraram cinco meses.
Para o delegado da PF que comandou a operação, Felipe Eduardo Hideo Hayashi, a quadrilha agia há bastante tempo e movimentava uma quantia muito grande de dinheiro que ele ainda sabe quantificar.
O grupo era composto por brasileiros e estrangeiros -os nomes não foram revelados. As pedras seriam vendidas para compradores estrangeiros da Europa, Oriente Médio e América Latina. Segundo a PF, havia duas formas de negociação das pedras: eram levadas ao exterior por membros da quadrilha ou os compradores vinham até Franca buscá-las. A principal rota de saída, diz a PF, era o Aeroporto Internacional de Guarulhos (Cumbica).
Em Franca, a operação se concentrou no residencial Morada do Verde, condomínio de luxo da cidade. Em apenas uma casa foram apreendidos R$ 600 mil que estavam escondidos em malas e 90 pedras preciosas, entre elas diamantes, avaliadas em pouco mais de R$ 1 milhão.
Em outra casa de Franca foram achados U$ 10 mil. Ao todo, seis pessoas foram presas na cidade. Entre elas um israelense que, segundo a PF, é um dos principais compradores de pedras da quadrilha. Foi preso ainda o profissional responsável pela lapidação das pedras. No condomínio, a PF apreendeu cinco camionetes de luxo.
O delegado disse que ainda não há um balanço preciso de tudo o que foi apreendido nas outras cidades, mas afirmou que também houve apreensões de bens e pedras preciosas fora de Franca.
As pedras contrabandeadas eram extraídas de garimpos ilegais em três cidades mineiras: Coromandel, Frutal e Diamantina. De lá eram levadas até Franca, onde eram lapidadas e vendidas.
Ainda de acordo com a PF, os crimes praticados pelo grupo são receptação, formação de quadrilha, usurpação de bens minerais pertencentes à União, crime contra o sistema financeiro nacional e contrabando. As penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão.


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