Ribeirão Preto, Quinta-feira, 13 de Agosto de 2009

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Sem obras, 523 teriam de desocupar Vila Virgínia

Simulação feita em computador foi apresentada ontem a comissão do bairro

Prefeita de Ribeirão diz que, por enquanto, ainda não há definição sobre o número de casas que serão desapropriadas no bairro

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Se nenhuma obra contra enchentes fosse executada em Ribeirão Preto, 523 imóveis da Vila Virgínia, bairro tradicionalmente atingido por cheias na zona oeste, precisariam ser desapropriados. O número, apresentado ontem pela prefeita Dárcy Vera (DEM) aos moradores, é 26,6% maior do que o previsto inicialmente pelo governo. No início dos estudos, em junho, o mapa da prefeitura apontava a existência de 413 imóveis em região de alagamento no bairro.
Por enquanto, a prefeitura não definiu quantos imóveis pretende desapropriar no bairro. A decisão, segundo Dárcy, só deve ocorrer depois que outros dois estudos forem apresentados. Um deles vai apontar o número de imóveis que continuarão em região de alagamento mesmo após a conclusão da obra antienchente já em execução no centro.
O segundo estudo vai simular a suscetibilidade a alagamentos na Vila Virgínia após a construção de barragens de contenção. Conforme revelou a Folha ontem, o pedido de simulação foi feito depois que Dárcy descobriu, na semana passada, que a necessidade de desapropriação na Vila Virgínia seria maior do que o governo imaginava.
Segundo o secretário do Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão, Ivo Colichio, o valor venal dos 523 imóveis localizados hoje em área de alagamento é de R$ 30 milhões. Este, no entanto, não deve ser o valor das indenizações pagas aos proprietários, porque não há ainda definição sobre o número exato de desapropriações.
A falta de informações sobre o futuro da Vila Virgínia deixou os moradores frustrados. "Não ficou nada definido. O que deixa os moradores mais preocupados é o valor que eles pretendem pagar de indenização. Por mim, eu fico na minha casa, mesmo com a enchente", afirmou o funcionário público Antonio Marcos Azevedo, 36, que investiu R$ 20 mil em reformas em seu imóvel na avenida Álvaro de Lima, alvo de cheias.


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