|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem obras, 523 teriam de desocupar Vila Virgínia
Simulação feita em computador foi apresentada ontem a comissão do bairro
Prefeita de Ribeirão diz que, por enquanto, ainda não há definição sobre o número de casas que serão desapropriadas no bairro
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Se nenhuma obra contra enchentes fosse executada em Ribeirão Preto, 523 imóveis da
Vila Virgínia, bairro tradicionalmente atingido por cheias
na zona oeste, precisariam ser
desapropriados. O número,
apresentado ontem pela prefeita Dárcy Vera (DEM) aos moradores, é 26,6% maior do que o
previsto inicialmente pelo governo. No início dos estudos,
em junho, o mapa da prefeitura
apontava a existência de 413
imóveis em região de alagamento no bairro.
Por enquanto, a prefeitura
não definiu quantos imóveis
pretende desapropriar no bairro. A decisão, segundo Dárcy, só
deve ocorrer depois que outros
dois estudos forem apresentados. Um deles vai apontar o número de imóveis que continuarão em região de alagamento
mesmo após a conclusão da
obra antienchente já em execução no centro.
O segundo estudo vai simular
a suscetibilidade a alagamentos
na Vila Virgínia após a construção de barragens de contenção.
Conforme revelou a Folha ontem, o pedido de simulação foi
feito depois que Dárcy descobriu, na semana passada, que a
necessidade de desapropriação
na Vila Virgínia seria maior do
que o governo imaginava.
Segundo o secretário do Planejamento e Gestão Pública de
Ribeirão, Ivo Colichio, o valor
venal dos 523 imóveis localizados hoje em área de alagamento é de R$ 30 milhões. Este, no
entanto, não deve ser o valor
das indenizações pagas aos
proprietários, porque não há
ainda definição sobre o número exato de desapropriações.
A falta de informações sobre
o futuro da Vila Virgínia deixou
os moradores frustrados. "Não
ficou nada definido. O que deixa os moradores mais preocupados é o valor que eles pretendem pagar de indenização. Por
mim, eu fico na minha casa,
mesmo com a enchente", afirmou o funcionário público Antonio Marcos Azevedo, 36, que
investiu R$ 20 mil em reformas em seu imóvel na avenida
Álvaro de Lima, alvo de cheias.
Texto Anterior: Polícia: PF apreende 1 tonelada de agrotóxicos em Ribeirão Próximo Texto: Após obra, alagamento pode "mudar de endereço" em Ribeirão Índice
|