|
Próximo Texto | Índice
Lagoa transborda e mar de lama invade avenida do Café
Via ficou interditada por dez horas e prefeitura retirou 30 caminhões de barro
Volume de chuva na noite e madrugada em Ribeirão atingiu 47 mm; em 11 dias, já choveu 142,4 mm, perto da média histórica do mês
David Marçal/Folha Imagem
|
|
Vista da av. do Café na madrugada de ontem; via foi invadida por lama, após lagoa de contenção de usina de asfalto transbordar
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
A chuva forte registrada a
partir das 22h15 de anteontem
em Ribeirão Preto -e que se
prolongou pela madrugada-
provocou deslizamento de terra da usina de asfalto da prefeitura e transformou a avenida
do Café em um mar de lama.
A via é uma das principais da
cidade, ligando a região central
a bairros como a Vila Tibério e
o campus da USP (Universidade de São Paulo).
É a primeira vez que o problema acontece na região, segundo a prefeitura e moradores
ouvidos pela Folha.
A terra invadiu a avenida
porque a lagoa de contenção de
água construída na usina de
produção de massa asfáltica da
prefeitura, localizada nas costas de um morro, não conseguiu suportar o volume da
água, que transbordou. A pista
da avenida, no sentido centro-bairro, ficou interditada por
dez horas, de acordo com a Secretaria da Infraestrutura.
Ao transbordar, a água cheia
de terra desceu por galerias
pluviais, o que não deveria ter
acontecido. As tubulações da
galeria, que têm cerca de 1,5
metro de diâmetro, entupiram
e a lama retornou para as casas.
Segundo moradores, pelo
menos dez imóveis ficaram
cheios de lama.
"O muro de casa já caiu duas
vezes por causa da força da
água, mas nunca veio barro como hoje [ontem]. Fico preocupada agora se chover de novo e
todo esse morro vir abaixo",
afirmou a diarista Aparecida
Maria da Paz, 43, uma das moradoras da avenida.
Ela mora na mesma casa há
cinco anos e disse que já se
acostumou com a quantidade
de água que desce pelo barranco. O muro dos fundos da casa
da diarista possui buracos para
ajudar a escoar a água.
A filha de Maria, a assistente
de produção Monique da Paz,
20, mora em uma casa ao lado,
que também teve todos os encanamentos entupidos. Ela
disse que trabalha em casa fazendo mala direta e quase perdeu todo o material.
"Ainda bem que deu tempo
de subir os móveis, senão teria
mais prejuízos", disse.
Funcionários da Secretaria
de Infraestrutura trabalharam
desde a madrugada para limpar
a via. Até a tarde, foram retirados 30 caminhões de barro.
Segundo o IAC (Instituto
Agronômico de Campinas), o
volume de chuva atingiu 47,5
mm, o maior do mês. A alta
precipitação em apenas um dia
faz com que a cidade, em 11
dias, já se aproxime da média
histórica do mês, 166,8 mm. Do
primeiro dia de novembro até
ontem, o volume de chuvas havia atingido 142,4 mm.
No bairro Campos Elíseos,
houve alagamento no cruzamento das avenidas Francisco
Junqueira e Saudade -o trânsito foi interditado. Na avenida
Rio Pardo, o muro de uma casa
desabou, desalojando a família.
Ninguém se feriu, mas a moradora e duas crianças precisaram ir para a casa de parentes.
Próximo Texto: No céu: Em 3 horas, 807 raios atingem Ribeirão Preto Índice
|