Ribeirão Preto, Segunda-feira, 14 de Março de 2011

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Projeto faz adubo com carcaça animal

Método de compostagem a ser usado pela Unesp de Jaboticabal busca evitar a contaminação do solo e da água

Serão utilizados bichos de pequeno porte, como cães e gatos, mas a meta é estender o projeto para os animais maiores

Silva Junior/Folhapress
Os pesquisadores Luiz Vitor Sacramento e Janaína Conrado Lyra Fonseca com cobaias de projeto piloto em um laboratório da Unesp de Araraquara

LIGIA SOTRATTI
DE RIBEIRÃO PRETO

Transformar a carcaça de um animal, até então enterrada em vala ou incinerada, em adubo. Essa é a proposta do projeto que será implantado na Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal neste semestre.
O programa deve se estender para outros dois campi -Araçatuba e Botucatu.
A mudança será feita por meio de compostagem, processo biológico em que micro-organismos decompõem matéria orgânica em composto semelhante ao solo.
Segundo a coordenadora do Grupo de Segurança do Trabalhador e Sustentabilidade Ambiental, equipe responsável pela implantação do projeto nos três campi, Janaína Fonseca, o principal ganho é ambiental.
No método anterior, havia risco de contaminação.
"É uma destinação mais adequada para os bichos. A vala não é mais indicada porque pode afetar o solo e, principalmente, atingir a água [dos lençóis freáticos]."
Serão encaminhados à compostagem, inicialmente, animais de pequeno e médio porte (em torno de 45 quilos), como cães e gatos, mas o projeto deve atender animais de grande porte.
A capacidade é transformar até quatro toneladas por semana de restos animais.
Outra demanda serão as cobaias, utilizadas na própria universidade, e os animais atendidos no Hospital Veterinário do campus que tiverem morte natural.
Não serão aceitos animais com doenças infectocontagiosas. Nesse caso, o resíduo é incinerado ou vai para valas sépticas -que possuem isolamento especial para receber lixo infectante.

MAIS BARATO
Além do benefício ambiental, o novo procedimento pode reduzir custos da universidade com a destinação final. Todo resíduo que precisa ser incinerado, hoje, é feito por terceiros.
O custo para se "queimar" restos de animais varia de R$ 2,5 a até R$ 14 o quilo, conforme o frete e o material.
"Esse gasto pode ser reduzido, já que o volume de bichos incinerados seria menor", disse Fonseca.
A obra em Jaboticabal foi licitada em dezembro de 2010 e deve ser entregue no primeiro semestre deste ano.
A previsão é instalar unidades de compostagem, a partir de 2012, nos campi de Araçatuba e Botucatu -ambos têm Hospital Veterinário.
Em Araraquara, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas tem um projeto para transformar cobaias em adubo para analisar as propriedades do composto.
O docente da unidade Luiz Vitor Sacramento diz que o projeto teve início no ano passado e tem tido bom resultado até o momento.
"O objetivo é padronizar uma tecnologia que depois possa ser usada por prefeituras e governos", disse.
O composto, segundo ele, ainda deve passar por análises químicas.


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