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Carrefour e Ricoy devem dividir Gimenes
Solução aprovada ontem ainda depende de ratificação dos credores na próxima quarta; se não passar, opção é a falência
Grupo francês paga à vista e fica com 10 lojas, sendo 4 em Ribeirão Preto, mas não promete reabrir todas; Ricoy leva 12 pontos
Edson Silva/Folha Imagem
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Antonio Alberti Neto, diretor jurídico do Carrefour, sai da reunião na sede do Gimenes em Sertãozinho
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma parte para o Carrefour,
outra para o Ricoy. Essa foi a
solução aprovada ontem em
Sertãozinho pelos credores do
Gimenes, que vai encerrar o
processo de recuperação judicial da rede de supermercados
de 51 anos, iniciado em dezembro do ano passado.
No negócio aceito, os franceses do Carrefour pagam R$ 45
milhões à vista e ficam com dez
lojas, com prioridade de escolha. Os paulistanos da Ricoy, a
sexta maior rede do Estado, pagam R$ 15 milhões, em 96 vezes, pelos outros 12 pontos. O
Gimenes acumula dívidas de
R$ 165 milhões.
Os fornecedores têm a previsão de receber apenas entre
20% e 25% do que lhes é devido, mesmo percentual das propostas anteriores.
"Apesar disso, vale a pena
porque posso continuar como
fornecedor do Ricoy. Se a venda
fosse toda para o Carrefour, isso seria impossível", disse Alexandre Pavan, da Iglu, empresa
credora de R$ 50 mil.
Já os que têm garantia real,
em sua maioria bancos -crédito estimado em R$ 47 milhões-, devem receber um valor maior em relação às propostas individuais das duas redes.
A aprovação não significa
ainda o fechamento da compra.
Na próxima terça-feira, os credores ficam sabendo exatamente quanto vão receber.
Uma possibilidade, improvável, é que desistam do negócio.
Na quarta, eles votam pela
aprovação ou não do plano de
recuperação judicial. "Há o interesse de todos para que o plano seja aceito, mas vai depender dos credores. Caso sejam
contra, a única saída será a falência", afirmou o advogado do
Gimenes, André Hentz.
Se a venda for aprovada, o
Carrefour deve realizar uma
auditoria no Gimenes antes de
assumir seus ativos. A estimativa é que as lojas sejam reabertas em dois meses.
"Já somos os líderes do varejo no país e um negócio como
esse chega para consolidar essa
posição. Isso sofistica nosso
serviço", disse Antônio Alberti
Neto, diretor jurídico do Carrefour, que não prometeu reabrir
todas as lojas . "Se todas serão
abertas e sob quais bandeiras
são questões que serão definidas após análise empresarial."
O Ricoy ficou com as lojas
consideradas menores, como a
do Shopping Santa Úrsula, a do
Sumarezinho, em Ribeirão, e
do centro de Sertãozinho.
O Carrefour fica com as demais lojas de Ribeirão e outras
em cidades mais populosas como Franca, Araraquara, São
Carlos e Barretos.
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