Ribeirão Preto, Quinta-feira, 14 de Maio de 2009

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Carrefour e Ricoy devem dividir Gimenes

Solução aprovada ontem ainda depende de ratificação dos credores na próxima quarta; se não passar, opção é a falência

Grupo francês paga à vista e fica com 10 lojas, sendo 4 em Ribeirão Preto, mas não promete reabrir todas; Ricoy leva 12 pontos


Edson Silva/Folha Imagem
Antonio Alberti Neto, diretor jurídico do Carrefour, sai da reunião na sede do Gimenes em Sertãozinho

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma parte para o Carrefour, outra para o Ricoy. Essa foi a solução aprovada ontem em Sertãozinho pelos credores do Gimenes, que vai encerrar o processo de recuperação judicial da rede de supermercados de 51 anos, iniciado em dezembro do ano passado.
No negócio aceito, os franceses do Carrefour pagam R$ 45 milhões à vista e ficam com dez lojas, com prioridade de escolha. Os paulistanos da Ricoy, a sexta maior rede do Estado, pagam R$ 15 milhões, em 96 vezes, pelos outros 12 pontos. O Gimenes acumula dívidas de R$ 165 milhões.
Os fornecedores têm a previsão de receber apenas entre 20% e 25% do que lhes é devido, mesmo percentual das propostas anteriores.
"Apesar disso, vale a pena porque posso continuar como fornecedor do Ricoy. Se a venda fosse toda para o Carrefour, isso seria impossível", disse Alexandre Pavan, da Iglu, empresa credora de R$ 50 mil.
Já os que têm garantia real, em sua maioria bancos -crédito estimado em R$ 47 milhões-, devem receber um valor maior em relação às propostas individuais das duas redes.
A aprovação não significa ainda o fechamento da compra. Na próxima terça-feira, os credores ficam sabendo exatamente quanto vão receber. Uma possibilidade, improvável, é que desistam do negócio.
Na quarta, eles votam pela aprovação ou não do plano de recuperação judicial. "Há o interesse de todos para que o plano seja aceito, mas vai depender dos credores. Caso sejam contra, a única saída será a falência", afirmou o advogado do Gimenes, André Hentz.
Se a venda for aprovada, o Carrefour deve realizar uma auditoria no Gimenes antes de assumir seus ativos. A estimativa é que as lojas sejam reabertas em dois meses.
"Já somos os líderes do varejo no país e um negócio como esse chega para consolidar essa posição. Isso sofistica nosso serviço", disse Antônio Alberti Neto, diretor jurídico do Carrefour, que não prometeu reabrir todas as lojas . "Se todas serão abertas e sob quais bandeiras são questões que serão definidas após análise empresarial."
O Ricoy ficou com as lojas consideradas menores, como a do Shopping Santa Úrsula, a do Sumarezinho, em Ribeirão, e do centro de Sertãozinho.
O Carrefour fica com as demais lojas de Ribeirão e outras em cidades mais populosas como Franca, Araraquara, São Carlos e Barretos.


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