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Região "perde" verba para creches
De 89 cidades, 55 deixaram de pedir recursos de programa federal ou tiveram seus projetos recusados
Prefeituras não provam que são donas de terrenos ou cometem erros técnicos, afirma MEC; 34 municípios conseguiram o dinheiro
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Cinquenta e cinco cidades da
região de Ribeirão Preto "perderam" verbas do Pró-Infância,
programa do MEC (Ministério
da Educação) criado em 2007
que dá recursos a prefeituras
para a construção de creches.
Segundo o MEC, 22 administrações tiveram o projeto negado. Outras 33 prefeituras nem
sequer pediram a verba.
Segundo o MEC (Ministério
da Educação), a maior parte das
administrações municipais
brasileiras que pleitearam as
verbas foi contemplada.
As cidades que não conseguiram a verba, segundo o MEC,
não provaram ser donas dos
terrenos escolhidos para construir a unidade ou não comprovaram a necessidade de creches. Prefeituras ouvidas pela
reportagem alegam que mandaram a documentação correta
e que necessitam das creches.
O Pró-Infância foi criado justamente por causa de reclamações das prefeituras, que dizem
que há falta de dinheiro para
cuidar da educação infantil,
competência municipal.
Entre as prefeituras que tiveram pedidos de verbas negados
estão Barretos, Jaboticabal,
Ituverava e Olímpia.
A cidade que teve o recurso
recusado, porém, poderá se inscrever novamente no projeto.
Na região, outros 34 municípios conseguiram a aprovação
da verba entre 2007 e 2008.
Eles já receberam a verba ou
devem receber o recurso nos
próximos 90 dias.
Segundo o relatório do MEC,
20 cidades foram selecionadas
em 2007, entre elas Franca, São
Carlos e Araraquara.
No ano passado, outras 13 cidades foram aprovadas. Entre
elas está Ribeirão, que irá construir uma unidade no bairro
Antonio Palocci, região com alta demanda de vagas em creches e pré-escolas.
As prefeituras contempladas
recebem verba de R$ 700 mil a
R$ 900 mil para um prédio que
atenda no máximo 224 crianças. O governo federal prioriza
cidades acima de 150 mil habitantes e que obtiveram nota
abaixo de 4,2 no Ideb (Índice de
Desenvolvimento da Educação
Básica).
Até 2011, o governo espera
ter liberado R$ 1,8 bilhão para
creches de todo país. Só para
convênios fechados no primeiro ano de programa, em 2007,
foram R$ 380 milhões.
Segundo o coordenador geral
do Pró-Infância, Tiago Lippold
Radunz, muitos pedidos foram
negados porque a área estava
em local impróprio.
"Em outras vezes, falta qualidade técnica da documentação
enviada", disse.
Outro fator que atrapalha alguns municípios é que, desde o
ano passado, o MEC passou a
exigir um novo documento.
Trata-se do PAR (Plano de
Ações Estratégicas), uma espécie de diagnóstico feito na cidade que aponte qual é a estrutura disponível, quais as falhas e
uma relação de metas.
O PAR é responsável, por
exemplo, por apontar se há
mesmo número suficiente de
crianças que justifique novas
escolas e ainda quantas devem
ser construídas.
As cidades contempladas na
região desde o ano passado já
haviam elaborado o plano.
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