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"Esquecem até do CQC", diz ator de humor
DA FOLHA RIBEIRÃO
O ator Rafael Cortez, 32, do
programa CQC, da TV Bandeirantes, passou a ser figura obrigatória em feiras do livro após
lançar três audiolivros com
obras de Machado de Assis.
Cortez é o primeiro entrevistado pela Folha numa série de
conversas diárias com escritores presentes na feira do livro.
O ator abre o Salão de Ideias na
sexta, às 14h.
FOLHA - Você está entre os convidados para os debates...
RAFAEL CORTEZ - Peraí, me conta
quem são os escritores.
FOLHA - São vários: Zé Hamilton
Ribeiro, Pasquale, Ricardo Kotscho.
CORTEZ - Caramba, só tem gente boa. Por que será que me escolheram? (risos)
FOLHA - Pois é. A gente já conhece
o seu lado como humorista. Mas fale da aproximação com a literatura.
CORTEZ - Eu era ator em uma
peça do grupo Saltimbancos,
em 2007, em São Paulo. Ao final, uma mãe disse que gostou
do meu timbre de voz e [perguntou] se eu não gostaria de
gravar narrativa de Machado
de Assis. Gravamos "O Alienista", "Memórias Póstumas de
Brás Cubas" e "Dom Casmurro". Mas eu era um ilustre desconhecido. Quando surgiu o
CQC, decidimos que era o momento para lançar a obra.
FOLHA - Qual é o significado de
lançar este tipo de obra?
CORTEZ - Acho válido porque é
uma nova forma de entender
Machado de Assis. Na obra, há
frases em francês, em latim. É
diferente de você ler.
FOLHA - Qual livro ou autor mais
diz sobre você? Por quê?
CORTEZ - Olha, tenho até vergonha de falar, mas é Nelson Rodrigues. Em cada personagem
diferente dele, parece que está
falando de mim, de um lado
meu ora cafajeste, ora tímido.
FOLHA - Qual é o desafio de criar
um público leitor?
CORTEZ - Meu público é principalmente infanto-juvenil e até
pré-adolescentes. Nas feiras de
que participo, ouço no começo
eles reclamando: "Ah, não gosto de Machado de Assis". Depois que ouvem o audiolivro,
saem empolgados. Fico contente que eles nem lembrem de
falar sobre o CQC.
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