Ribeirão Preto, Domingo, 14 de Junho de 2009

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"Esquecem até do CQC", diz ator de humor

DA FOLHA RIBEIRÃO

O ator Rafael Cortez, 32, do programa CQC, da TV Bandeirantes, passou a ser figura obrigatória em feiras do livro após lançar três audiolivros com obras de Machado de Assis.
Cortez é o primeiro entrevistado pela Folha numa série de conversas diárias com escritores presentes na feira do livro. O ator abre o Salão de Ideias na sexta, às 14h.

 

FOLHA - Você está entre os convidados para os debates...
RAFAEL CORTEZ
- Peraí, me conta quem são os escritores.

FOLHA - São vários: Zé Hamilton Ribeiro, Pasquale, Ricardo Kotscho.
CORTEZ
- Caramba, só tem gente boa. Por que será que me escolheram? (risos)

FOLHA - Pois é. A gente já conhece o seu lado como humorista. Mas fale da aproximação com a literatura.
CORTEZ
- Eu era ator em uma peça do grupo Saltimbancos, em 2007, em São Paulo. Ao final, uma mãe disse que gostou do meu timbre de voz e [perguntou] se eu não gostaria de gravar narrativa de Machado de Assis. Gravamos "O Alienista", "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Dom Casmurro". Mas eu era um ilustre desconhecido. Quando surgiu o CQC, decidimos que era o momento para lançar a obra.

FOLHA - Qual é o significado de lançar este tipo de obra?
CORTEZ
- Acho válido porque é uma nova forma de entender Machado de Assis. Na obra, há frases em francês, em latim. É diferente de você ler.

FOLHA - Qual livro ou autor mais diz sobre você? Por quê?
CORTEZ
- Olha, tenho até vergonha de falar, mas é Nelson Rodrigues. Em cada personagem diferente dele, parece que está falando de mim, de um lado meu ora cafajeste, ora tímido.

FOLHA - Qual é o desafio de criar um público leitor?
CORTEZ
- Meu público é principalmente infanto-juvenil e até pré-adolescentes. Nas feiras de que participo, ouço no começo eles reclamando: "Ah, não gosto de Machado de Assis". Depois que ouvem o audiolivro, saem empolgados. Fico contente que eles nem lembrem de falar sobre o CQC.


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