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Ação pede indenização de R$ 7,2 mi por assassinatos
da Redação
O Ministério Público entrou ontem com uma ação civil pública
responsabilizando a Prefeitura de
Ribeirão, o governo do Estado
(incluindo a Policia Civil e a PM) e
a Febem pelo assassinato de 107
jovens na cidade entre 95 e 98.
O promotor da Infância e da Juventude Marcelo Pedroso Goulart, autor da ação, afirmou que
essas instituições têm de ser responsabilizadas porque descumpriram legislações, como o ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente) e a Constituição de 1988.
A ação, por dano moral difuso
(coletivo), pede no mínimo indenização de 500 salários mínimos
por adolescente assassinado, o
que daria um total de R$ 7,2 milhões. O valor será destinado ao
Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente.
Segundo Goulart, a prefeitura e
o governo não executaram com
eficiência as políticas sociais, como segurança, educação e saúde.
"É dever do Estado (governo de
São Paulo e prefeitura) definir e
implementar as políticas sociais
básicas na área da criança e da juventude, como educação, cultura,
entre outros", disse.
Dos 107 jovens assassinados,
78,22% moravam nas zonas norte
e oeste de Ribeirão, bairros em
que predomina a população de
baixa renda da cidade.
Sem poder aquisitivo e sem
educação, o menor, de acordo
com o promotor, acaba sendo recrutado pelo tráfico de drogas.
Segundo o estudo Ilanud/USP,
62,37% dos jovens assassinados
eram analfabetos ou tinham apenas 1º grau incompleto.
A pesquisa também aponta que
mais de 70% dos adolescentes
mortos entre 95 e 98 tiveram envolvimento com o tráfico.
Goulart também irá propor ainda este mês uma segunda ação
contra Estado e prefeitura pedindo indenização para as famílias
das vítimas.
(LEk)
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