Até agosto, Ribeirão registrou 196 atropelamentos, média de 24,5 por mês

Crescimento da frota e número de motoristas jovens explicam alta de acidentes na cidade, diz especialista em trânsito

LUIZA PELLICANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

A morte de Luana Priscila Bevilaqua, 19, na madrugada do último dia 29, em Ribeirão Preto ainda não foi superada por seus pais. Ela deixou um bebê de dois meses.
"Quando um filho sai para uma festa, os pais sempre esperam que ele vá voltar e não que vá morrer atropelado", disse Silvana Lopes Bevilaqua, 41, mãe de Luana, que agora cuida do neto.
Por volta das 5h30, Luana foi atropelada por dois carros ao tentar atravessar a Via Norte em um local onde não há faixa de pedestre.
A morte dela engrossou as estatísticas de atropelamentos na cidade. Nos oito primeiros meses deste ano, 196 pessoas foram atropeladas, uma alta de 56,8% em relação aos 125 casos registrados no mesmo período de 2009.
Traduzindo: neste ano houve 24,5 atropelamentos por mês ante a média mensal de 15,6 de 2009. Os números são da Polícia Militar.
Não há dados atualizados sobre o número de mortes nesses acidentes. Segundo a Transerp, só no primeiro quadrimestre, houve pelo menos seis mortes. "Pode ter havido mais mortes, mas esse é o número confirmado pela Polícia Civil", disse o diretor de trânsito da Transerp, Mauro Haddad.
Os dados da PM mostram também um aumento dos acidentes com vítimas e sem vítimas (ver quadro).
Especialista em trânsito da USP de São Carlos, José Felex afirma que o crescimento da frota de veículos e o número de motoristas cada vez mais jovens na cidade são os fatores que mais contribuem para o aumento dos acidentes.
"É visível a tensão entre motoristas, motociclistas e pedestres. Ninguém respeita ninguém. O que prevalece é o que for mais conveniente para cada um", disse Felex.
O diretor da Transerp concorda. "A maioria dos acidentes ocorre com jovens entre 20 e 30 anos."


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